Eu já ouvi, você já ouviu e, quem não ouviu, ainda vai ouvir: “A inteligência artificial vai acabar com a inteligência natural”.
Errado! A inteligência artificial vai revelar a burrice natural.
Alguém, me contando um caso recentemente, me disse que recebeu uma mensagem que continha um travessão — coisa que eu pensava ser comum — e que, por isso, desconfiava que a pessoa tinha usado um ChatGPT da vida para criar aquele texto. Outra reclamação que começou a ganhar força em redes sociais era bem parecida: textos bem escritos passam a ser vistos como criações artificiais e, assim, surgem protestos como “quero ler textos com erros, textos humanos”.
Senhoras e senhores, como assim?
Em toda a minha vida escrevendo, busco constantemente aprimorar meu vocabulário, ortografia e gramática. Escrevo, reviso, escrevo novamente, peço para outro revisar… tudo para que erros não cheguem até o leitor. Editoras gastam fortunas com revisores. Se o erro é banalizado, quem lê vai repetir o erro.
É de uma irresponsabilidade tremenda — por desleixo ou “humanização” — não fazer de tudo para que o erro não chegue ao leitor. Inclusive, usar ferramentas avançadas para revisar gramática, ortografia e erros tipográficos dos textos.
Estamos mergulhados em mediocridade e, ao invés de utilizarmos ferramentas incríveis como a IA para nos aprimorar, estamos nos rebelando em ondas sociais simplesmente para reforçar nossa burrice e esculpir nossa mediocridade.




Acredito que o maior problema disso é quando a IA deixa de ser uma ferramenta, um acréscimo, e passa a ser substituto de toda a fonte de criatividade e produção.
Enquanto ferramenta, inegável o ganho, como você bem pontuou.
O que eu vejo - especialmente no meio acadêmico e profissional (no meu caso, jurídico) - é que há uma substituição dos esforços humanos para construção de qualquer coisa, já que a IA pode fazê-lo melhor, supostamente.
Mas, aí, como você mencionou - e eu endosso - a questão não é sobre a pessoa emburrecer. O que parece é que a pessoa que tem esse tipo de conduta já não seria muito desenvolta ela mesma com o tipo de atividade que pede à IA para fazer.