Que história sensacional, realmente é muito interessante de ver uma mesma situação através de uma perspectiva tão diferente com essa...
Claro, sempre queremos melhorar, e almejamos sempre mais... mais qualidade, menos corrupção, mais oportunidades, menos descaso.
O ponto que me intriga é que o que ele disse, é a mais pura verdade: quando se está no inferno, uma visão do purgatório será paradisíaca... não digo que essa visão otimista seja ruim, ele certamente se mostra um belo exemplo do que nós brasileiros temos pra ver e valorizar... o que me entristece é que ainda temos tanta coisa pra melhorar, tanta coisa que facilmente poderia ser melhor e não é... e isso por conta de pessoas como foram citadas, que preferem "mamar nas tetas dos governos populistas", aqueles mesmos que reclamam da corrupção, mas são os primeiros a corromper quando cometem alguma infração e quando pegos, tentam se livrar da forma mais fácil. E claro, nossos políticos que insistem em cada vez mais explorar nosso povo, aumentando ainda mais os impostos em um carga que já é pesadíssima, em vez de diminuir e cortar gastos...
Mas, com tudo isso dito, há uma luz no fim do túnel, ainda tem lugares piores... será que esse deveria ser o pensamento correto? Não sei, mas, nesse momento, prefiro ficar só com a visão estoica e positiva do nosso amigo, protagonista dessa história!
Seu comentário me lembrou de uma fábula escrita por Brecht chamada "Se os Tubarões Fossem Homens", que é uma crítica mordaz às estruturas de poder e dominação humanas.
Coincidentemente, no último domingo, eu também conversei com um venezuelano. Ele era o motorista do uber no qual embarquei.
Suas críticas foram pontuais e muito autoconscientes. Algumas passagens chamaram muito a minha atenção, em um português carregado, ele instou:
— Lá acabava o gás e você ficava uma semana esperando. Minha mãe tinha que usar fogão à lenha. Dá pra acreditar? A Venezuela possui a maior reserva de gás da América Latina e você vem me dizer que não tem gás?!
"Quer dizer, tem gás", pensei, "mas só para alguns poderosos".
Ele continuou:
— Aqui você consegue abastecer o carro em minutos! Lá não tem isso, você demora dias, ou semanas pra pôr gasolina. Mas de novo... a Venezuela tem as maiores reservas de Petróleo do mundo, muito estranho isso, como pode? Não dá pra aceitar. Eles {governantes} traíram a população!
A viagem seguiu e, conforme seus relatos prosseguiam, me peguei pensando que há muitas partes do mundo por aí que não conheço, cada qual carregadas de violência, de opressões sem fim, de sofrimentos de toda espécie, que não possibilitam qualquer possibilidade de uma vida minimamente razoável. Logo, pessoas embarcam em lutas inimagináveis, seja na traseira de um caminhão à 40 graus no deserto mexicano, seja em um botezinho ridículo abarrotado de gente nas águas frias do mediterrâneo, seja cruzando florestas perseguidos por homens armados, na esperança de conseguir o mínimo: a oportunidade de uma vida com um pouco de dignidade.
Ao final da viagem, desci para pegar minha bagagem no porta malas, olhei nos olhos e dei um aperto de mão caloroso naquele guerreiro, que não sabia se veria sua família novamente, mas que certamente merecia toda a sorte que eu pudesse desejar.
Que história sensacional, realmente é muito interessante de ver uma mesma situação através de uma perspectiva tão diferente com essa...
Claro, sempre queremos melhorar, e almejamos sempre mais... mais qualidade, menos corrupção, mais oportunidades, menos descaso.
O ponto que me intriga é que o que ele disse, é a mais pura verdade: quando se está no inferno, uma visão do purgatório será paradisíaca... não digo que essa visão otimista seja ruim, ele certamente se mostra um belo exemplo do que nós brasileiros temos pra ver e valorizar... o que me entristece é que ainda temos tanta coisa pra melhorar, tanta coisa que facilmente poderia ser melhor e não é... e isso por conta de pessoas como foram citadas, que preferem "mamar nas tetas dos governos populistas", aqueles mesmos que reclamam da corrupção, mas são os primeiros a corromper quando cometem alguma infração e quando pegos, tentam se livrar da forma mais fácil. E claro, nossos políticos que insistem em cada vez mais explorar nosso povo, aumentando ainda mais os impostos em um carga que já é pesadíssima, em vez de diminuir e cortar gastos...
Mas, com tudo isso dito, há uma luz no fim do túnel, ainda tem lugares piores... será que esse deveria ser o pensamento correto? Não sei, mas, nesse momento, prefiro ficar só com a visão estoica e positiva do nosso amigo, protagonista dessa história!
Grandes reflexões meu caro, Christian!!!
No fim, tudo se resume a pessoas.
Obrigado por contribuir com esse magnífico comentário.
Muito bom!
Tudo de fato é relativo…
Lindo é ter gratidão no coração sempre.
Nosso país é de fato o paraíso mas, habitado por seres humanos…
É triste pensar que o nosso maior predador, aquilo que nos causa mais medo e insegurança, é o próprio ser humano 😞
Afinal somos os únicos animais que contruíram uma estrutura eficiente de autodestruição.
Bom dia!
Seu comentário me lembrou de uma fábula escrita por Brecht chamada "Se os Tubarões Fossem Homens", que é uma crítica mordaz às estruturas de poder e dominação humanas.
Recomendo a leitura!
Coincidentemente, no último domingo, eu também conversei com um venezuelano. Ele era o motorista do uber no qual embarquei.
Suas críticas foram pontuais e muito autoconscientes. Algumas passagens chamaram muito a minha atenção, em um português carregado, ele instou:
— Lá acabava o gás e você ficava uma semana esperando. Minha mãe tinha que usar fogão à lenha. Dá pra acreditar? A Venezuela possui a maior reserva de gás da América Latina e você vem me dizer que não tem gás?!
"Quer dizer, tem gás", pensei, "mas só para alguns poderosos".
Ele continuou:
— Aqui você consegue abastecer o carro em minutos! Lá não tem isso, você demora dias, ou semanas pra pôr gasolina. Mas de novo... a Venezuela tem as maiores reservas de Petróleo do mundo, muito estranho isso, como pode? Não dá pra aceitar. Eles {governantes} traíram a população!
A viagem seguiu e, conforme seus relatos prosseguiam, me peguei pensando que há muitas partes do mundo por aí que não conheço, cada qual carregadas de violência, de opressões sem fim, de sofrimentos de toda espécie, que não possibilitam qualquer possibilidade de uma vida minimamente razoável. Logo, pessoas embarcam em lutas inimagináveis, seja na traseira de um caminhão à 40 graus no deserto mexicano, seja em um botezinho ridículo abarrotado de gente nas águas frias do mediterrâneo, seja cruzando florestas perseguidos por homens armados, na esperança de conseguir o mínimo: a oportunidade de uma vida com um pouco de dignidade.
Ao final da viagem, desci para pegar minha bagagem no porta malas, olhei nos olhos e dei um aperto de mão caloroso naquele guerreiro, que não sabia se veria sua família novamente, mas que certamente merecia toda a sorte que eu pudesse desejar.