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  • Foto do escritorChristian Gurtner

Piratas


Conheça a história dos criminosos do mar.

Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post.

FICHA TÉCNICA

Roteiro, produção e narração: Christian Gurtner

BIBLIOGRAFIA

  1. VARIOUS. Storie Di Pirati E Corsari. 1.ed. Milan: Arnoldo Mondadori Editori, 1977

  2. WILCZYNSKI, K. History of Piracy. Disponível em: < http://www.piratesinfo.com/History_of_Piracy.asp >. Acesso em: 10/05/2012

TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

(As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los)


Ler a transcrição completa do episódio


Ataque francês

Naquela noite o mar estava calmo e silencioso. O comandante de uma das caravelas do comboio espanhol observava calmamente o oceano. Tinham zarpado da costa americana havia pouco tempo e estavam fazendo um importante transporte de riquezas para a Espanha.

Ele viu um vulto surgir no horizonte, antes que pudesse entender do que se tratava, tiros de canhões vinham dos vultos que agora se mostravam embarcações, várias delas. O alarme soou e o comandante espanhol deu a ordem para se prepararem para o ataque.

A batalha não durou muito. Os espanhóis se viram no meio de um cerco, e foram obrigados a se render.

Duas caravelas foram tomadas diante dos gritos de vitória dos piratas.

Antigos piratas

A pirataria é o mar. Desde que o homem começou a navegar, os piratas já roubavam, pilhavam, matavam e sequestravam.

Em 2700 a.C. Os egípcios viram-se diante de um inimigo quase invisível. Eram os “povos do mar”. Piratas aqueus, teucros, filisteus, siculos e sardos já infestavam os mares, roubavam, pilhavam cidades e desapareciam.

O Egito reagiu imediatamente à essa ameaça e rapidamente os egípcios tornaram-se marinheiros de carreira. O faraó Sahur faz uma batida pela costa da síria e arrasa as cidades e embarcações piratas, trazendo de volta riquezas e escravos.

Passam-se mil anos até que os “povos do mar” fazem uma nova investida. Dessa vez não só pelo mar, mas também por terra. O então faraó Ramsés III consegue, com sucesso, derrotar os inimigos.

Com os ataques piratas, o Egito conseguiu evoluir muito na navegação. Desenvolveu embarcações melhores, mais rápidas e o povo adquiriu mais experiência no mar do que nunca antes.

Não só os egípcios, mas também os gregos e fenícios já sofriam com ataques piratas e também praticavam a pirataria. Contudo, os piratas fenícios foram mais além. Fizeram suas investidas não só pela sua região, mas por vários mares.

Os fenícios são famosos na história por sua grande capacidade náutica. Viajaram por quase todo o mundo em seus barcos, desbravando os mares e continentes mais de 2000 anos antes de Vasco da Gama.

Era uma época em que a pirataria estava estritamente ligada a navegação. Um pirata era um marinheiro… ou um mercador e vice-versa. Toda civilização que teve acesso ao mar, praticou a pirataria de uma forma ou de outra.

O sequestro de Julius Caesar

Anno 75 A.C.

Um barco pirata intercepta uma outra embarcação no mediterrâneo que navegava para Rodes e seus tripulantes são sequestrados. Contudo, para o azar dos piratas, um dos sequestrados, um jovem de 26 anos, era ninguém menos que Julio Cesar.

Nessa época os piratas tinham infestado o mediterrâneo, causando prejuízo e muita dor de cabeça para os romanos.

Nesses tempos, o sequestro era a forma mais lucrativa para os piratas, principalmente se tratando de reféns nobres.

O líder dos piratas ameaçou crucificar César, e disse que iria pedir 20 talentos pelo seu resgate, o que era uma quantia bem alta para a época. Acontece então algo inusitado. César dá uma gargalhada diz para o pirata que que ele não tinha a menor idéia de quem tinham sequestrado, e disse que iria pagar 50 talentos e também iria crucificar todos os piratas. Os sequestradores acharam graça daquilo.

Nos dias que se passaram, enquanto aguardava a chegada do dinheiro, César jogou com seus sequestradores, leu seus poemas para eles e em pouco tempo já parecia o líder da quadrilha, já que, quando queria dormir ordenava que todos se calassem e os chamava de selvagens quando eles não apreciavam seus escritos.

Com o pagamento do resgate, César foi libertado. Mas assim que pisou em terra, reuniu soldados e uma frota para ir atrás dos piratas. Tomou tudo dos criminosos e, assim como havia prometido, crucificou todos.

Mais piratas

Piratas não eram um império ou reinado específico. Por mais que se dizimassem piratas e suas terras natais, como várias civilizações tentaram fazer para evitar mais pilhagens, a pirataria nunca acabaria. Enquanto houvessem embarcações, marinheiros e riquezas pelo mar, haveriam piratas. E quanto mais as civilizações evoluíssem, mas evoluiriam os criminosos do mar.

Mas vez ou outra surgiam nações de piratas, e nesse caso o terror era muito maior, pois não se tratavam de criminosos solitários espalhados pelos mares, e sim hordas de piratas focadas na conquista. E foi uma dessas civilizações que sacudiu a Europa no final do primeiro milênio.

Os Vikings

“A furore Normannorum libera nos Domine” — Clamavam os cristãos nas igrejas francesas, que em português significa: Livra-nos da fúria dos homens do norte, ó senhor. Referindo-se a uma das civilizações piratas mais temidas da história: os Vikings.

De alta estatura e cobertos de malha de ferro, peles de urso e elmos com chifres, os vikings aterrorizaram a Europa. Grandes navegadores e ferozes guerreiros, pilharam, roubaram e conquistaram cidades por mais de cinco séculos, fundando reinos por toda a parte.

Não só a saga Viking mas também sua mitologia se eternizaram na história, com deuses como Odin e Thor, o temido Ragnarok, o apocalipse da mitologia nórdica e as Valkírias.

Contudo, após séculos pilhando e conquistando, os Vikings foram, aos poucos, se assimilando aos seus conquistados, se convertendo ao cristianismo e se acomodando em suas terras, até que, enfim, por volta do século XII, numa grande troca de papéis, tinham se tornado os mais ferozes caçadores de piratas, o que gerou grande segurança para o comércio marítimo europeu.

Cruzada Pirata

Já no oriente a maior parte da pirataria era movida em nome de Alá. Os ataques, eram, na maioria das vezes, ideológicos ou recíprocos, como vingança pelas investidas cristãs.

Os muçulmanos pilharam e conquistaram diversas cidades pela Europa, mas também efrentaram a pirataria entre si.

Durante as cruzadas, a pirataria tornou-se um ótimo negócio. Embarcações de salteadores espreitavam pelos mares, saqueando qualquer embarcação de qualquer nacionalidade. Uma das maiores incertezas da época era se um navio, seja no ocidente ou no oriente, conseguiria chegar ao seu destino.

Começavam a surgir, por todo o mundo, os verdadeiros piratas. Sem bandeiras, ou melhor, sem representarem uma civilização, os piratas estavam tomando sua forma mais conhecida por definição: criminosos que roubam, sequestram e pilham simplesmente para obter riquezas, não se importando com política, guerras ou crenças religiosas. Qualquer navio, de qualquer nação era uma vítima em potencial.

Irmãos das Vitualhas

Anno de 1241

Várias cidades mercantes européias se unem para se defender contra a pirataria, lançando uma grande caça aos criminosos do mar. Contudo, com o passar dos anos, era grande o número de coligados que simplesmente se corrompiam ao se ver cara a cara com as riquezas conquistadas pelos piratas e acabavam se tornando eles mesmos saqueadores. Dentre esses, surgiram os Irmão das Vitualhas, cujo um dos lemas era “amigos de deus e inimigos do mundo”, uma fraternidade pirata que dominou o Báltico e o mar do norte.

A rainha Margarida da Suécia e Ricardo II da Inglaterra enviaram expedições para caçar os piratas da fraternidade. Não obtiveram sucesso. A riqueza acumulada pelos Irmãos das Vitualhas os deixavam cada vez mais poderosos.

O terror da fraternidade só teve fim quando seu último grande chefe, o pirata alemão Klaus Störtebeker, foi capturado em 1402. Tentou oferecer ouro sem limites para os juízes, mas esses não se corromperam e ele foi decapitado em uma praça de Hamburg.

Com tantos piratas, começava a surgir entre os carrascos concursos funestos, como o de quem conseguia cortar mais cabeças de piratas num dia. Um dos vencedores fora um homem chamado Adelarig, que decapitou aproximadamente 80 piratas numa só sessão.

Defesa

A pirataria havia se tornado uma questão grave. Não só os navios eram alvo dos bandidos, mas também as cidades, que eram bombardeadas e saqueadas sem piedade.

Começaram a surgir estratégias defensivas. As principais cidades costeiras construíram torres de observação que, através de fogo e galerias subterrâneas enviavam sinais ou mensagens sobre avistamentos de navios piratas.

Era um sistema que permitia que a população tivesse tempo de fugir. Mas isso não era mais o bastante. Algumas cidades possuíam riqueza demais para deixar a mercê dos piratas, e fortalezas foram construídas. Assim, não só podiam soar o alerta de piratas, como também bombardear os navios que se aproximassem.

As américas reluzem

Enquanto os piratas encontram cada vez mais dificuldades para agir na Europa, um outro lugar do planeta começa a brilhar como ouro para os criminosos.

Com as recentes descobertas das Américas e suas colonizações, ouro e especiarias eram comercializados por terra e, principalmente por mar, no seu caminho de volta para a Europa.

Não só piratas, mas também corsários começaram a agir na região. Um corsário era uma espécie de pirata contratado pelo rei de algum país para agir em seu interesse, interceptando navios de nações inimigas, mas sem representar um ataque oficial. Os corsários interceptavam e pilhavam navios de outras nações ou até mesmo outros navios piratas. Eram uma espécie de piratas legalizados que não agiam oficialmente em nome de um rei, mas com a benção do mesmo.

A América Latina se tornara fonte de riqueza de Portugal e Espanha. A França manteve um olho fixo ali.

O Corsário francês

Anno de 1522

O corsário francês Jean Ango, organizou uma frota de oito navios sob o comando de Jean Fleury e aguardava pacientemente nos arredores da América espanhola o retorno de um comboio de navios espanhóis, que zarpou da América carregando mercadorias de volta para a Espanha.

Quando avistaram os navios espanhóis, os corsários franceses conseguiram armar um grande cerco e interceptaram os navios, atacando e conquistando duas caravelas espanholas.

Ao irem averiguar seus ganhos, perceberam que tinham dado sorte grande. Os corsários descobriram que tinham tomado caravelas que carregavam algo muito maior que simples ouro ou especiarias. Ali estava o famoso tesouro de Montezuma e de vários outros imperadores astecas.

Os corsários franceses começaram a tomar conta do Atlântico e navios mercantes Ibéricos precisavam ser escoltados por navios de guerra, diminuindo assim os ataques.

A Inglaterra entra no mercado

Percebendo sua capacidade marítima, Elizabeth I, rainha da Inglaterra, decide que era hora de transformar sua nação na maior potência naval do planeta. Mas a marinha espanhola seria difícil de bater.

Inglaterra e Espanha mantinham muitas desavenças, e talvez seria esse um dos motivos da preocupação de Elizabeth em liderar os mares, já que a ameaça naval espanhola era grande.

A rainha solta nos mares, então, seus primeiros corsários. Sua principal missão era pilhar navios espanhóis, transformando os ataques piratas quase numa guerra corsária.

As embaixadas da Inglaterra começaram a receber inúmeras reclamações de comandantes Ibéricos.

Para evitar problemas próximos, Elizabeth Tudor dá carta branca para seus corsários agirem, mas bem longe dali: nas colônias espanholas na América, já que o Tratado de Tordesilhas havia afrontado a rainha. Os navios ingleses começaram a atacar os carregamentos espanhóis saindo de suas colônias americanas.

Dentre toda mercadoria saqueada, os escravos eram muito apreciados, pois geravam muito lucro e eram negociados facilmente.

Em meio a essa guerra de piratas, se destaca um corsário, que teria seu nome estampado na derrota Espanhola: Francis Drake

Francis Drake

Francis Drake não tinha completado 25 anos quando se tornou comandante de um velho navio. Não demorou muito, já tinha juntado riquezas o suficiente para montar sua própria esquadra.

No ano de 1572 ele ataca dois portos espanhóis no estrangeiro, algo que desejava há muito tempo: Panamá e Portobelo.

Leva o carregamento da pilhagem como presente para a rainha Elizabeth, e consegue ser recebido por ela. Admirada com aquele grande comandante, a rainha lhe dá uma missão secreta: combater os espanhóis no Peru e no Chile.

O corsário inicia a viagem com sua frota, mas logo na travessia do pacífico, perde todos os seus navios, com exceção do Golden Hind.

Mesmo assim ele continua a viagem. Promove vários ataques na costa americana e rapidamente consegue mais riquezas e navios. Após 3 anos regressa para a Inglaterra, onde é recebido com honras pela rainha.

Enquanto isso, na Espanha, o rei Filipe II prepara a maior frota já vista na época. 130 navios e mais de 30.000 homens se preparam para, em breve navegar para a Inglaterra. A frota era tão impressionante, que ficou conhecida como a Invencível Armada.

Elizabeth, confia a Drake a missão de combater a armada de Filipe.

A Invencível Armada

Anno de 1588

A Invencível Armada chega à costa da Inglaterra. Era o momento de resolver os entraves entre a Inglaterra e a Espanha.

Qualquer soberano sentiria calafrios ao vislumbrar os 130 navios inimigos com canhões apontados para sua cidade. Mas Elizabeth estava contente com a chegada dos Espanhóis. Tudo como planejado.

Entra em cena Francis Drake com uma frota de pouco mais de 90 navios. Apesar de estar em menor número, ele contava com uma grande estratégia.

Canhões são disparados sem parar, Drake faz com que a Invencível Armada se separe em várias formações. Era uma velha tática pirata que pareceu se impor sobre a militar. Os navios agora se enfrentavam um contra um, e a vantagem numérica dos Espanhóis não valia mais nada.

Para piorar, uma tempestade levou vários navios da Armada em Calais. Os Espanhóis batem em retirada e retornam para a Espanha com menos da metade de seus navios.

A Fraternidade da Costa

Século XVII

Desertores, fugitivos e renegados de quase todas as nacionalidades concentram-se numa pequena população nas ilhas Hispaniola e Tortuga. Caçavam, plantavam e desenvolveram ali a arte de defumar carne através dos boucans.

Devido aos boucans, esses homens ficaram conhecidos como bucaneiros, homens que eram aceitos vindos de qualquer lugar, menos da Espanha, e que, além de tudo, ainda tiravam proveito da pirataria contra os espanhóis, que acabaram os expulsando da Hispaniola.

Tortuga, assim, ficou conhecida como uma ilha pirata. E os bucaneiros e corsários de Tortuga, se organizaram na Fraternidade da Costa.

A vida na ilha era uma grande definição da palavra fraternidade. Comia-se e bebia-se sem problemas, tudo era repartido, inclusive os saques. Regras deviam ser seguidas fielmente e a disciplina era implantada como crucial para a sobrevivência da fraternidade.

Para os saques, haviam regras mais que especiais. Qualquer pirata fraterno que trouxesse uma bandeira de navio espanhol, era premiado com 50 piastras. Os saques eram repartidos irmamente e havia, até mesmo, indenizações para os feridos nos ataques. Quem perdesse o braço direito, por exemplo, recebia 600 piastras de indenização. Para o braço esquerdo, eram 500 piastras. Qualquer uma das pernas eram indenizadas em 400 piastras. Olhos e dedos recebiam 100 piastras, cada. O mais interessante é que, convertendo esses valores para a economia dos dias de hoje, é mais ou menos o mesmo valor pago por companhias de seguro para operários feridos no trabalho.

Respeitando as regras da fraternidade, para todo o resto os fraternos eram livres para fazer o que quiser, o que tornava essa estranha sociedade numa mistura de anarquia e organização.

Não era muito incomum alguns piratas da ilha serem contratados extra-oficialmente por reis europeus como corsários.

A Fraternidade da Costa prosperou até o início do século XVIII.

Os Piratas do Caribe

Anno de 1668

A Jamaica torna-se alvo dos espanhóis, que tentam tomá-la dos ingleses. Os britânicos revidam o ataque contratando os melhores piratas. Liderados por um pirata chamado Henry Morgan, 10 navios corsários devastam e saqueiam os domínios e navios espanhóis no Caribe, começando por Porto Príncipe em Cuba, seguindo para Porto Belo e em seguida o continente. Nada conseguia frear Morgan e seus piratas, até que, finalmente, não só saqueiam como conquistam o, até então intocável, Panamá.

Henry Morgan é nomeado governador da Jamaica e, com apenas 50 anos se aposenta da pirataria, vivendo de riqueza e luxo através dos seus saques como um dos ingleses mais respeitáveis da época até sua morte, por causas naturais em 1688.

No final do século XVII, a pirataria como era conhecida naqueles anos, estava no fim. A luta dos europeus pelos domínios americanos havia se cessado e cada um já estava satisfeito com seus ganhos. A pirataria passou então a ser, não só inútil, como prejudicial, sendo mal vista pelos governantes, que reservaram a forca para todos os piratas que capturavam.

Mas com o fim da pirataria política e até legalizada, vários piratas não se deram por vencidos. Muitos se refugiaram em Madascar e deram início a mais famosa definição de piratas que temos hoje. Lobos solitários em seus navios, ostentando dessa vez não bandeiras de nações, mas sim bandeiras da morte, pretas com caveiras brancas, que ficaram conhecidas como Jolly Rogers. Era o fim da pirataria política e o começo dos piratas que agiam por conta própria, se aventurando pelos mares e enfrentando sozinhos os navios da coroa.

Devido ao grande movimento de riquezas e o número de ilhas no Caribe, a região tornou-se palco de vários piratas famosos.

Atacando os carregamentos britânicos na costa da Carolina do Sul, surgiu o primeiro grande pirata Jolly Roger: Edward Teach, o famoso Barba Negra.

Os ataques do Barba Negra em seu navio Revanche, causaram grande pânico entre os navegantes. Conta-se que ele acendia pavios sob seu chapéu durante os ataques, dando a impressão de que sua cabeça estava em chamas.

Barba-Negra também negociou com políticos corruptos das colônias, conseguindo assim comprar terras e juntar riquezas.

Com urgência de por fim aos ataques do pirata, o governador da Virgínia coloca exclusivamente no encalço do Barba Negra um oficial chamado Robert Maynard.

Maynard encontra Barba Negra e ataca seu navio. Os navios são emparelhados e a violenta batalha homem a homem começa, com lutas de espadas, tiros e berros de todos os lados no navio Revanche, mas o pirata estava em menor número, e o final dificilmente seria outro. Foram precisos mais de 25 ferimentos de espadas e balas para que Barba-Negra finalmente tombasse. O último golpe foi do próprio Robert Maynard.

A cabeça do pirata foi pendurada no mastro do Revanche, que foi levado até a Virgínia.

Imagens como essa não eram raras. Várias cidades portuárias deixavam como símbolo de entrada pelo mar, um ou vários piratas mortos e pendurados, como um aviso para o destino que esse tipo de criminoso teria.

Esse também foi o fim de William Kidd, cuja história está envolta de mistério. Vindo de uma família inglesa rica e respeitada, fora contratado como comandante de uma frota para caçar piratas.

Conta-se que após algum tempo no mar, Kidd envolvesse numa briga com canhoneiro e, num momento impensado, quebra-lhe a cabeça com um balde. Sentindo-se um criminoso por aquele ato, abandona a frota e toma o comando de um dos navios confiscados, tornando-se, ele mesmo, um pirata.

A fama de Kidd percorre os mares, vários piratas o apóiam e ele passa a ser conhecido como Capitão Kidd.

Ele ataca e pilha vários navios europeus, porém, nunca os ingleses, esperando que, assim, não fosse visto como criminoso pelo seu país.

No entanto, ao voltar para Inglaterra, é preso, julgado e condenado a morte.

Essa é a história contada, mas a biografia do Capitão Kidd é repleta de mistérios e contradições, o que acaba nos levando a conspirações reais, a uma história distorcida sobre o mesmo e quem sabe, até a um novo podcast?

Os Jolly Rogers fecharam com chave de ouro a época romântica da pirataria, época em que, no imaginário das pessoas, é vista como a de homens aventureiros e corajosos que, apesar de praticarem crimes, navegavam pelos mares de forma até mesmo poética.

Mas a pirataria não acaba aí. Até os dias de hoje ainda somos bombardeados com notícias de piratas pelos mares. Seja como ladrões de Iates ou esfomeados pescadores somalis que sequestram cargueiros, os piratas continuam a navegar pelos oceanos, mesmo se assemelhando em nada aos famosos piratas do caribe.

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