“Independentemente dos motivos e da história que levaram o povo à ignorância”. Esse é um aspecto que não pode ser minimizado.
A compreensão dos processos históricos é fundamental para a análise de dados sociais e para a formulação de propostas de mudança realmente eficazes.
A realidade incontestável de que, no Brasil, a maioria da população não lê não pode ser interpretada como fruto do acaso, tampouco atribuída exclusivamente aos indivíduos, como se fossem, por natureza, inferiores a sujeitos de outras nações com maior índice de leitura. Muitos estudiosos do tema, como Bourdieu por exemplo , apontam que o acesso à leitura e ao capital cultural é socialmente condicionado e reproduz desigualdades estruturais.
Tenho me dedicado à leitura e ao estudo da história, e cada vez torna-se mais claro por que o presente brasileiro se configura da maneira como se apresenta e o quanto é urgente que o país passe por transformações estruturais. Essas mudanças devem abranger não apenas a educação formal, mas também todos os demais fatores que a influenciam e com ela se articulam.
O acesso a direitos básicos como moradia, alimentação, transporte, saúde, esporte e cultura é profundamente transformador, tanto para o indivíduo quanto para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e crítica.
Daí voltamos para a questão novamente: não estou tratando causas, mas consequências. É exatamente por isso que não importa o que causou e sim o que está causando. Se a discussão for para sanar o problem, sim, é necessário destrinchar as causas para mirar em projetos para o futuro (o que sabemos que está longe de ser aplicado em um país onde a academia é fundamentada em doutrina e política).
Mas antes de buscar a causa, é essencial escancarar os graves problemas atuais e futuros consequentes do cerne da questão. Ninguém quer curar uma dor que não sente. E se não quer curar, não vai investigar. As consequências mostram que todos sofrem.
Porém, como deixo claro, o ensaio é uma reflexão sobre as consequências do baixo poder cognitivo causado por, dentre outros, - e principalmente - o baixíssimo índice de leitura diversa e pensamento livre.
Okk. Eu mesma, em meu último texto publicado, fiz uma espécie de desabafo que não propõe solução alguma hehe. Entendo perfeitamente a escolha de concentrar a reflexão nas consequências.
Ainda assim, senti a necessidade de comentar, acrescentando à reflexão inicial, voltada às consequências, uma breve consideração sobre as causas, já que estão intimamente vinculadas.
Estou certa de que pensar sobre os mecanismos históricos e sociais que alimentam esse cenário pode fortalecer a argumentação e evitar a armadilha da naturalização ou da responsabilização exclusiva do indivíduo.
Mas, nesse ponto, estamos plenamente de acordo: o baixíssimo índice de leitura diversa e a fragilidade do pensamento autônomo estão entre os elementos mais preocupantes da nossa realidade.
E se for uma questão de genética msm? Gente burra gerando gente burra. Bom... estou dizendo isso aqui pois em voz alta em qualquer outro lugar o argumento já seria jofado em algum extremo.
Nao acho que tenha a ver com genetica mas sim com habito, pois se um pai e uma mae nao possuem o costume de ler, mesmo livros curtos ou jornais, acabam nao repassando esse costume para seus filhos e assim por diante.
Tambem acho que a educacao brasileira falhou neste quesito. Eu lembro de quando eu era pre adolescente na escola, eramos obrigados a ler livros que para um adolescente de 13 anos era muito massante, lento, vocabulario rebuscado (nao estou aqui dizendo que nao sao bons), e por serem livros carregaros com portugues arcaico, desestimulam a leitura de muita gente.
Esse é o problema... Todo mundo "acha". Não se pode fazer pesquisa correlacionando inteligência com genética mais. É errado procurar evidência ou ausência dela nessa correlação. O indivíduo não é só meio, mas dizer o contrário, msm que pudesse auxiliar no futuro, é um taboo.
“Independentemente dos motivos e da história que levaram o povo à ignorância”. Esse é um aspecto que não pode ser minimizado.
A compreensão dos processos históricos é fundamental para a análise de dados sociais e para a formulação de propostas de mudança realmente eficazes.
A realidade incontestável de que, no Brasil, a maioria da população não lê não pode ser interpretada como fruto do acaso, tampouco atribuída exclusivamente aos indivíduos, como se fossem, por natureza, inferiores a sujeitos de outras nações com maior índice de leitura. Muitos estudiosos do tema, como Bourdieu por exemplo , apontam que o acesso à leitura e ao capital cultural é socialmente condicionado e reproduz desigualdades estruturais.
Tenho me dedicado à leitura e ao estudo da história, e cada vez torna-se mais claro por que o presente brasileiro se configura da maneira como se apresenta e o quanto é urgente que o país passe por transformações estruturais. Essas mudanças devem abranger não apenas a educação formal, mas também todos os demais fatores que a influenciam e com ela se articulam.
O acesso a direitos básicos como moradia, alimentação, transporte, saúde, esporte e cultura é profundamente transformador, tanto para o indivíduo quanto para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e crítica.
Daí voltamos para a questão novamente: não estou tratando causas, mas consequências. É exatamente por isso que não importa o que causou e sim o que está causando. Se a discussão for para sanar o problem, sim, é necessário destrinchar as causas para mirar em projetos para o futuro (o que sabemos que está longe de ser aplicado em um país onde a academia é fundamentada em doutrina e política).
Mas antes de buscar a causa, é essencial escancarar os graves problemas atuais e futuros consequentes do cerne da questão. Ninguém quer curar uma dor que não sente. E se não quer curar, não vai investigar. As consequências mostram que todos sofrem.
Porém, como deixo claro, o ensaio é uma reflexão sobre as consequências do baixo poder cognitivo causado por, dentre outros, - e principalmente - o baixíssimo índice de leitura diversa e pensamento livre.
Okk. Eu mesma, em meu último texto publicado, fiz uma espécie de desabafo que não propõe solução alguma hehe. Entendo perfeitamente a escolha de concentrar a reflexão nas consequências.
Ainda assim, senti a necessidade de comentar, acrescentando à reflexão inicial, voltada às consequências, uma breve consideração sobre as causas, já que estão intimamente vinculadas.
Estou certa de que pensar sobre os mecanismos históricos e sociais que alimentam esse cenário pode fortalecer a argumentação e evitar a armadilha da naturalização ou da responsabilização exclusiva do indivíduo.
Mas, nesse ponto, estamos plenamente de acordo: o baixíssimo índice de leitura diversa e a fragilidade do pensamento autônomo estão entre os elementos mais preocupantes da nossa realidade.
E se for uma questão de genética msm? Gente burra gerando gente burra. Bom... estou dizendo isso aqui pois em voz alta em qualquer outro lugar o argumento já seria jofado em algum extremo.
Nao acho que tenha a ver com genetica mas sim com habito, pois se um pai e uma mae nao possuem o costume de ler, mesmo livros curtos ou jornais, acabam nao repassando esse costume para seus filhos e assim por diante.
Tambem acho que a educacao brasileira falhou neste quesito. Eu lembro de quando eu era pre adolescente na escola, eramos obrigados a ler livros que para um adolescente de 13 anos era muito massante, lento, vocabulario rebuscado (nao estou aqui dizendo que nao sao bons), e por serem livros carregaros com portugues arcaico, desestimulam a leitura de muita gente.
Esse é o problema... Todo mundo "acha". Não se pode fazer pesquisa correlacionando inteligência com genética mais. É errado procurar evidência ou ausência dela nessa correlação. O indivíduo não é só meio, mas dizer o contrário, msm que pudesse auxiliar no futuro, é um taboo.