Ouça agora | Nesse episódio exploramos, numa conversa despretensiosa, a relação entre a filosofia do cinismo, a vida social e a dependência do trabalho, passando pela crítica ao trabalho na sociedade moderna e a busca pela autossuficiência.
Curioso como criamos a ilusão do retorno a uma vida "natural" como a resolução das nossas dificuldades, acreditando que os problemas estão todos fora de nós.
É negar a inevitabilidade da evolução de uso de ferramentas da espécie. A mesma evolução que criou a nossa complexa comunicação que hoje muitos usam para criticar a própria evolução, é a que nos fez desenvolver ferramentas. Uma lasca de pedra e um cortador industrial guiado por laser não tem diferença. Se tivéssemos parado na lasca de pedra, não teríamos nem mesmo a capacidade da autoreflexão.
Sensacional esse papo hein, e eu estou com o box dos dois livros para ler, espero que eu leia em breve. Sobre o Chaves morar no 8 eu sabia de alguma forma, não me lembro se de algum episódio ou alguma coisa externa, mas, sabia, ahahah. Belo Café filosófico!!!
No início, o seriado era chamado "El Chavo del Ocho" (O Chaves [menino/moleque/garoto] do Oito) para fazer referência ao Canal 8, que era a emissora que produzia e exibia o programa. No entanto, houve uma fusão do referido canal com um concorrente, e o nome adotado a partir de então foi Televisa. Assim, para que o nome do seriado continuasse fazendo sentido, optou-se por sugerir, em alguns episódios, que o protagonista morava na tal casa 8 - entretanto, tem um episódio no qual fica claro que o Quico também acreditava que o menino de fato morava no recipiente em questão, e outro, em que o Chaves não permite a entrada da Chiquinha no barril alegando que "estava tudo desarrumado". Portanto, acredito que não é errado depreender que, pelo menos no princípio, o Chaves "morava" sim em um barril. Dessa forma, é possível que a inspiração seja mesmo, e por que não?, o próprio Diógenes de Sinope, que, semelhantemente, também "morava" num barril. Digo "possível" porque em "Chespirito: Sem Querer Querendo" - série biográfica sobre o Roberto Gomez Bolaños, criador do Chaves, e que está disponível na HBO Max -, durante o episódio que explora a criação do programa, não há nenhuma menção nesse sentido, pelo contrário, os criadores adotam uma origem que contradiz essa crença recorrente entre alguns fãs de Chaves à respeito da inspiração no Diógenes filósofo. Embora, verdade seja dita, esses mesmos criadores admitam que tomaram certas liberdades criativas nas quais omitem determinadas informações ou alterem outras a fim de tornar "Sem Querer Querendo" mais palatável para o público.
Boa conversa. Gostaria apenas de compartilhar uma explicação dada por uma professora de biologia evolutiva da USP, Mercedes Okumura. A média de vida do homem pré-histórico ser de 30 anos é um mito. As pessoas morriam muito no primeiro ano de vida, ou na pós adolescência por parto (meninas) e violência (meninos) ou mesmo na velhice. Então quando se tira a média dá um resultado irreal de 30 anos.
Olá, Antonio. De fato essa constatação vem se fortalecendo, apesar da dificuldade de comprovação. Mas é interessante observar que, realmente, a taxa de morte até os 4 anos era (e permaneceu por muito tempo) elevadíssima, o que, provavelmente devia ter uma função evolutiva importante.
Já a "velhice" aí realmente era algo relativo, já que, mesmo sobrevivendo a infância e a juventude, dificilmente passavam dos 40 anos.
Excelente conversa.
Curioso como criamos a ilusão do retorno a uma vida "natural" como a resolução das nossas dificuldades, acreditando que os problemas estão todos fora de nós.
É negar a inevitabilidade da evolução de uso de ferramentas da espécie. A mesma evolução que criou a nossa complexa comunicação que hoje muitos usam para criticar a própria evolução, é a que nos fez desenvolver ferramentas. Uma lasca de pedra e um cortador industrial guiado por laser não tem diferença. Se tivéssemos parado na lasca de pedra, não teríamos nem mesmo a capacidade da autoreflexão.
Sensacional esse papo hein, e eu estou com o box dos dois livros para ler, espero que eu leia em breve. Sobre o Chaves morar no 8 eu sabia de alguma forma, não me lembro se de algum episódio ou alguma coisa externa, mas, sabia, ahahah. Belo Café filosófico!!!
No início, o seriado era chamado "El Chavo del Ocho" (O Chaves [menino/moleque/garoto] do Oito) para fazer referência ao Canal 8, que era a emissora que produzia e exibia o programa. No entanto, houve uma fusão do referido canal com um concorrente, e o nome adotado a partir de então foi Televisa. Assim, para que o nome do seriado continuasse fazendo sentido, optou-se por sugerir, em alguns episódios, que o protagonista morava na tal casa 8 - entretanto, tem um episódio no qual fica claro que o Quico também acreditava que o menino de fato morava no recipiente em questão, e outro, em que o Chaves não permite a entrada da Chiquinha no barril alegando que "estava tudo desarrumado". Portanto, acredito que não é errado depreender que, pelo menos no princípio, o Chaves "morava" sim em um barril. Dessa forma, é possível que a inspiração seja mesmo, e por que não?, o próprio Diógenes de Sinope, que, semelhantemente, também "morava" num barril. Digo "possível" porque em "Chespirito: Sem Querer Querendo" - série biográfica sobre o Roberto Gomez Bolaños, criador do Chaves, e que está disponível na HBO Max -, durante o episódio que explora a criação do programa, não há nenhuma menção nesse sentido, pelo contrário, os criadores adotam uma origem que contradiz essa crença recorrente entre alguns fãs de Chaves à respeito da inspiração no Diógenes filósofo. Embora, verdade seja dita, esses mesmos criadores admitam que tomaram certas liberdades criativas nas quais omitem determinadas informações ou alterem outras a fim de tornar "Sem Querer Querendo" mais palatável para o público.
Boa conversa. Gostaria apenas de compartilhar uma explicação dada por uma professora de biologia evolutiva da USP, Mercedes Okumura. A média de vida do homem pré-histórico ser de 30 anos é um mito. As pessoas morriam muito no primeiro ano de vida, ou na pós adolescência por parto (meninas) e violência (meninos) ou mesmo na velhice. Então quando se tira a média dá um resultado irreal de 30 anos.
Olá, Antonio. De fato essa constatação vem se fortalecendo, apesar da dificuldade de comprovação. Mas é interessante observar que, realmente, a taxa de morte até os 4 anos era (e permaneceu por muito tempo) elevadíssima, o que, provavelmente devia ter uma função evolutiva importante.
Já a "velhice" aí realmente era algo relativo, já que, mesmo sobrevivendo a infância e a juventude, dificilmente passavam dos 40 anos.
Ou seja, sou um ancião pré-histórico rsrs.