Entre o papel e o digital
Como seu cérebro e sua vida são afetados dependendo do meio utilizado para a leitura.
Não comece a ler esse texto com o preconceito de que aparelhos eletrônicos são menos “saudáveis” que o papel para a leitura. Não necessariamente.
É muito provável que você esteja lendo essas palavras da tela de seu smartphone. É disparado o meio mais usado para ler emails e acessar a internet hoje em dia.
Há pouco tempo, nos primórdios no Escriba Cafe, tínhamos que nos preocupar com a estética e a usabilidade do site para uma tela grande, de computador, hoje é preciso estar adequado às pequenas telas verticais (foi triste, pois, o site do Escriba Cafe era uma obra de arte à parte).
Mas aqui está você, agora, lendo - e talvez já se cansando - através de sua pequena coleira que chamamos de celular.
Não é novidade que as pessoas têm preguiça de ler. No Brasil essa situação consegue ser muito grave, em que 53% de toda a população brasileira é de não-leitores, ou seja, não leem livros (e, dos que leem, a grande maioria lê muito pouco).
Na internet, a coisa é pior: somente 16% das pessoas leem os textos de forma linear: a grande maioria simplesmente “escaneia” o texto, ou seja, lê o título e subtítulo e passa o olho pelo restante do texto.
Um estudo listou o que chama a atenção da pessoa em textos na internet ou redes sociais quando se trata desse “scan” visual:
Palavras em negrito;
Títulos e subtítulos;
Parágrafos curtos;
Listas como essa;
E, claro, imagens.
Dessa forma, temos um problema quando é preciso - ou desejado - passar informações para as pessoas: elas não vão ler o texto. O resultado? Os criadores de conteúdo preferem não mais escrever e criam, assim, vídeos curtos, que hoje é o principal tipo de conteúdo consumido online.
O texto está morrendo.
E isso é um enorme problema pois, é através do texto que várias partes de nosso cérebro se desenvolvem, principalmente quando falamos de livros.
— Uma pequena pausa para ressaltar que você que está lendo até aqui, já faz parte de uma seleta e persistente minoria) —
Os livros
Temos hoje, além do papel, vários meios de leitura digital, como celular, tablets e os e-inks, sendo o Kindle o mais famoso deles. Inúmeras pesquisas já foram feitas sobre os efeitos em nosso cérebro que esses aparelhos promovem e, algo que poucos sabem, é que não é a radiação desses aparelhos o que mais nos atrapalha e, sim, a distração e o esforço para resistir ao impulso de ler notificações.
É claro que a luz irradiante desses aparelhos também são prejudiciais: atrapalham o sono e causam fadiga visual.
Mas é aí que entra o Kindle: esse tipo de aparelho não irradia luz. Os modelos que possuem iluminação não são como os tablets, eles projetam a luz no “papel digital”, como faria seu abajur.
O Kindle também possui outras grandes vantagens: não tem distrações, pois é um aparelho com só uma função (ler), é leve e compacto para levar milhares de livros no bolso, causa menos impacto na higiene do sono e possui funções interessantes, como marcar texto, dicionário e tradutor (ótimo para aprimorar o vocabulário e a compreensão).
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Mas ainda assim, quando falamos de uma melhor resposta cognitiva para estudo e compreensão de longos textos, o papel é o vencedor - não só pela leitura, mas também pela escrita: estudos já comprovaram a maior eficácia de anotações feitas a mão no papel para melhor absorção.
O papel também cria a memória espacial e as sensações táteis - e até olfativas - que facilitam a criação de mapas mentais e a recordação da cronologia. Ou seja, aquela sensação boa que muitos leitores têm de passar as mãos na capa e nas páginas, e dar aquela boa cheirada no meio do livro, é também benéfica quando falamos de cognição.
E textos como este? Aqui vem outra vantagem do Kindle: existe uma extensão nos browsers e apps de celular que, num clique, é possível mandar textos diretamente para seu Kindle, onde você conseguirá ler com maior conforto.
São inúmeros obstáculos que transformam a leitura num mercado cada vez mais nichado no mundo - mas de forma mais gritante em países como o Brasil. E encontrar uma forma de facilitar e incentivar a leitura (digital ou impressa) é primordial para a saúde mental e desenvolvimento intelectual de uma população.
E você que chegou até aqui, estimulando seu cérebro com essa leitura relativamente longa, é hora de exercitar outra parte do cérebro com uma atividade-irmã da leitura: a escrita. Deixe seu comentário com sua opinião sobre esse assunto.





Por certo que a distração do celular é o primeiro obstáculo para leituras mais longas no aparelho. Não dá para descartar, porém, a versatilidade de poder continuar a leitura do Kindle do próprio telefone, de onde parou, em eventual momento que não se está com o aparelho em mãos - eu mesma já fiz isso algumas vezes.
E nada, na minha experiência pessoal, substitui o papel. Sei que sou julgada por isso, mas meus livros de estudos são rabiscados e isso me traz sensação de síntese do conteúdo lido.