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  • Trilogia História do Brasil

    Conheça a história do Brasil nessa premiada trilogia de episódios. Essa trilogia obra-prima do Escriba Cafe, foi originalmente publicada através dos episódios 68, 69 e 70, sendo aqui disponibilizados, cada um, em seu respectivo player. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. FICHA TÉCNICA Roteiro: Christian Gurtner | e carta de Pero Vaz de Caminha (lida por Luís Gaspar) Produção e narração: Christian Gurtner Participação especial: Luís Gaspar BIBLIOGRAFIA NARLOCH, L. Guia politicamente incorreto da história do Brasil.1.ed. São Paulo: Leya, 2009 OLIVIERI, A.C. Cinco milhões de índios estavam no Brasil antes do descobrimento. Disponível em: < http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u41.jhtm >. Acesso em: 16/12/2009 FAUSTO, B. História do Brasil. 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2009 GOMES, L. 1808. 1.ed. São Paulo: Planeta, 2007 MONTEIRO, T. História do Império: A elaboração da independência. 1.ed. Rio de Janeiro: F.Briguiet e Cia, 1927 VÁRIOS. O Álbum dos Presidentes. 1.ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1989 TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio Tratado de Tordesilhas Lisboa, anno domini de 1492 Chega em Portugal a notícia de que Cristóvão Colombo, navegador enviado pela Espanha, havia descoberto novas terras, e que a promulgação de três Bulas Papais, chamadas Bulas Alexandrinas, concediam ao reino da Espanha o domínio dessas novas terras no novo mundo. Portugal rapidamente contesta, afirmando que a descoberta de Colombo se encontrava em terras portuguesas. Sem a participação do Papa, em 1494, diplomatas portugueses e espanhóis se encontram então na ilha de Tordesilhas, para resolver o caso. As negociações terminam com um tratado assinado por ambos os reinos em que o mundo é divido entre duas partes: uma para terras descobertas e ainda a descobrir por Portugal, e outra parte para a Espanha, firmava-se assim o Tratado de Tordesilhas. Portugal começa então a investir na sua maior empreitada: conseguir uma rota marítima para a Índia e assim agilizar e monopolizar o comércio de especiarias. Portugal havia iniciado seu processo de expansão marítima havia vários anos. O objetivo era abrir novas rotas para comercializar seus produtos excedentes e importar o que faltava e o que era lucrativo e também conquistar novas terras para serem colonizadas. Nessa época as especiarias valiam ouro. Eram artigos raros que vinham do oriente e que geravam muito dinheiro para o rei e para os comerciantes portugueses, e por isso achar uma rota marítima para índia significava muito para Portugal. Vasco da Gama e a Índia Anno domini de 1499 Retorna à Portugal Vasco da Gama. Ele trazia consigo as boas novas de que conseguira com sucesso estabelecer uma nova rota para a Índia. Ele havia partido dois anos antes, seguindo a já explorada rota para o Cabo da Boa Esperança, descoberta por Bartolomeu Dias, e assim atingindo o Oceâno Índico e alcançado a Índia. Os portugueses ficaram eufóricos. Precisavam agora concretizar e estabelecer o comércio com o oriente. E foi assim que, com o objetivo de criar uma feitoria, ou seja, um entreposto comercial e estabelecer relações diplomáticas na Índia, o Rei Dom Manoel nomeou capitão-mor da mais bem aparelhada armada do Sec. XV, um fidalgo chamado Pedro Álvares Cabral. Sua armada seria composta de 13 navios com mais de 1.200 homens e vários navegadores experientes como Bartolomeu Dias. A partida Rio Tejo, Lisboa, 9 de março, do anno domini de 1500 Após uma missa solene, onde esteve presente o Rei de Portugal e toda a corte, os navegadores, soldados, religiosos e marinheiros subiram a bordo das 10 naus e 3 caravelas comandados por Pedro Álvares Cabral. Junto com toda a tripulação, ia também um escrivão de nome Pero Vaz de Caminha. As velas foram erguidas e sob grande pompa partiu a frota em direção à Índia. A viagem [Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha] Passando pelo Cabo da Boa Esperança, a frota se desviou de seu curso, seguindo acidentalmente a direção contrária ao Oceano Índico, adentrando o alto mar no Oceano Atlântico. A viagem começou a ficar penosa para a tripulação, doenças, dúvidas e angústia atacavam a todos. Não encontravam terra para aportar e reabastecer e a água começava a ficar escassa. [Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha] O encontro dos portugueses com os índios na costa, onde hoje é Porto Seguro, deixou claro que a história daquela terra nova começou muito antes daquela data. Antes dos portugueses 21 de abril de 1500, tribo Tupi, um outro ângulo. Os habitantes da tribo cuidavam de seus afazeres, quando alguns índios chegaram correndo e dizendo que avistaram gigantescas canoas no horizonte. Os Tupis eram muito parecidos, tanto no idioma quanto na cultura, com os Guaranis, sendo assim sempre mencionados em conjunto, ou seja, Tupi-Guarani. Além deles, haviam outras tribos indígenas que habitavam o Brasil, como os goitacases, os aimorés e os tremembés. Todas essas e outras tribos eram chamadas de tapuias, nome que os tupi-guaranis davam para todas as outras culturas que não falassem sua língua. Não se sabe ao certo como os índios chegaram ao novo mundo, mas tudo indica que foram asiáticos que migraram durante o período interglacial e a presença humana na américa do sul data de mais de 20.000 anos. Os índios viviam basicamente da caça, da pesca e da agricultura, e não se deve pensar que eles preservavam e cuidavam da natureza, na verdade eles usavam a área até que houvesse a exaustão de alimentos e assim migravam para outra área, derrubavam árvores e praticavam a queimada para praticar a agricultura. Mas devido ao pequeno número de habitantes e suas ferramentas rudimentares, o impacto deles no meio ambiente não era muito relevante. Tudo o que era produzido era praticamente para consumo próprio, caçavam e plantavam pela subsistência, e não havia comércio. O contato com outras tribos era feito somente para troca de mulheres e de artigos de luxo, como as penas de tucano e outros objetos raros. Esses contatos também resultavam em aliança entre grupos indígenas que entravam em guerra contra outros grupos, e essas guerras contemplava os vencedores com prestígio, renovação de mulheres e prisioneiros. Os prisioneiros eram mortos em um ritual canibalístico. Os tupi-guaranis viviam em aldeias de aproximadamente 700 pessoas. O local onde ela seria construída era determinada por um conselho de chefes, que também decidiam vários outros assuntos e até mesmo o Morubixaba, um chefe em destaque que cuidava principalmente dos assuntos de guerra, deveria antes de qualquer decisão, convencer o conselho. E as guerras normalmente eram feitas por questões materiais ou pessoais, como a conquista de terras melhores ou a vingança por parentes mortos pela outra tribo. Os índios encaravam a morte como uma passagem. Acreditavam em espíritos da natureza e nos espíritos dos antepassados, realizando sempre rituais para os mesmos. No caso dos tupi-guaranis, os deuses supremos eram Maíra e Monan, os criadores de tudo. As tribos também possuíam um pajé, que era uma espécie de sacerdote e curandeiro e exercia muito influência na direção da aldeia. Os pajés também profetizavam a vinda dos deuses e outras entidades, o que se transformou em um grande acontecimento quando alguns índios relataram, nesse dia, o avistamento de embarcações gigantes, nunca antes imaginadas. Foram chegando cada vez mais índios na praia, e quando os estranhos homens chegaram de suas enormes embarcações, alguns índios receosos apontaram seus arcos e flechas para os visitantes que tinham a pele de uma cor estranha e pelos no rosto. Mas bastou o mínimo sinal daqueles estranhos para que os índios baixassem suas armas, afinal deveriam obedecer seus deuses. Mas o que eles não sabiam é que a chegada daqueles homens significaria um completa mudança de vida e de cultura. A exploração Lisboa, anno domini de 1500, A notícia da descoberta do Brasil, através da carta de Pero Vaz de Caminha, não causou muito entusiasmo na corte portuguesa, uma vez que pensaram se tratar de uma ilha sem nenhum proveito de exploração. Mas houve muito entretenimento com as atrações exóticas que eram enviadas, como papagaios, índios e araras. De acordo com a carta recebida pelo rei, os desbravadores haviam realizado a primeira missa na terra nova, num domingo de páscoa, e uma observação do capitão-mor afirmava que os índios eram muito dóceis e que facilmente seriam convertidos ao cristianismo. Apesar de ser um reino muito ligado à igreja católica, a coroa não estava preocupado nem em colonizar, nem em disseminar a religião naquela terra recém descoberta, afinal não via ali nada que valesse a pena essa investida. Com o passar do tempo os portugueses começaram a exploração do Pau Brasil, e pouco a pouco a terra de Vera Cruz, que depois foi chamada pelo rei de Terra de Santa Cruz, começava aos poucos ser chamada de Brasil, devido à grande quantidade da árvore que era extraída para construção de móveis e navios. Como as árvores não cresciam juntas e estavam espalhadas no meio das florestas, era mais vantajoso para os portugueses fazer trocas com os índios, que já possuíam experiência na procura e derrubada, e esses aceitavam qualquer quinquilharia em troca pelo serviço, coisas sem valor para os portugueses, como tecidos, canivetes e espelhos. Não tardou para que franceses e outros reinos começassem a rondar o Brasil, o que finalmente chamou a atenção do rei português para a necessidade de colonizar logo a terra ou perde-la para outros. A colonização Brasil, anno domini de 1530 Chega ao novo mundo a expedição de Martim Afonso de Souza. Ordenado pelo rei, sua missão era patrulhar a costa brasileira e conceder terras aos povoadores que trazia. Portugal dividiu a terra nova em capitanias para pequenos nobres, comerciantes e burocratas que tinham ligação com a coroa, sendo Fernão de Noronha o primeiro donatário, que recebeu a terra que posteriormente receberia seu nome. A maioria das capitanias não conseguiu prosperar e pouco a pouco a coroa as retomava. Somando a crise do comércio com Índia ao fracasso das capitanias o rei vê a necessidade de investir mais na nova colônia. E com o objetivo de centralizar a administração, organizar a arrecadação de tributos e instituir a ordem, Dom João III, atual rei de Portugal, envia um fidalgo de nome Tomé de Souza para instituir o governo geral do Brasil. Além do trabalho administrativo, o governador Tomé de Souza recebeu a difícil incumbência de construir a cidade de São Salvador, que seria a capital do governo geral. Junto com Tomé de Souza vieram os primeiros jesuítas, dentre eles Manuel da Nóbrega, que vinham com o objetivo de catequizar os índios e disciplinar o pequeno clero que já estava no Brasil mas possuía uma péssima fama. A colônia finalmente começa a tomar forma e seu funcionamento era basicamente o de fornecer à Portugal produtos da agricultura e da mineração. Mas a produção era ainda baixa, os proprietários de terras e a coroa precisavam aumentar os rendimentos e para gerar mais lucro e reduzir gastos, precisavam de mais mão de obra, e principalmente precisavam de mão de obra barata. A escravidão dos índios Algumas tribos indígenas haviam se aliado aos portugueses, numa cooperação de mão dupla contra outras tribos resistentes à presença portuguesa na terra nova, e também no auxílio à exploração. Com a necessidade de mão de obra barata os portugueses começaram a escravizar os índios que aprisionavam em batalhas. Passou também a negociar os prisioneiros de tribos que haviam guerreado com outra tribo. Não eram todos os índios que eram escravizados, somente os das tribos inimigas, e para combatê-los, as próprias tribos aliadas dos portugueses ajudavam com todo prazer na empreitada. Chegou-se ao ponto de que quando embarcações portuguesas chegavam, vários índios traziam parentes seus para trocar por mercadorias portuguesas. Os jesuítas começaram a criar definições para os índios, pois geralmente colocavam em dúvida a questão de o índio ser humano. Para os jesuítas haviam os índios bons e os índios maus, sendo que os bons eram aqueles que haviam se convertido ao catolicismo e cooperado com os portugueses. Os rituais canibalísticos foram proibidos, e os índios que eram pegos praticando o canibalismo eram presos e escravizados. Mas os dias de escravidão dos índios não iriam durar muito. E o motivo não era bonito, era trágico. As viagens de desbravamento dos navegadores europeus sempre resultaram em uma espécie de troca de doenças, e na maioria das vezes os principais prejudicados eram os próprios europeus, que morriam aos montes nas viagens e ainda levavam doenças para a Europa. Com a chegada dos portugueses no Brasil, doenças se espalharam por todas as tribos, gripe, varíola e sarampo mataram muito mais de 60 mil índios em menos de um ano. Eles não possuíam defesas biológicas contra essas e outras doenças e eram liquidados por elas. Por outro lado, portugueses também acabavam sendo abatidos por novas doenças, antes exclusiva dos americanos. Além das mortes em massa, os índios capturados não se adaptavam ao trabalho escravo e resistiam de todas as formas contra a imposição portuguesa, e assim os índios se mostraram indomáveis e improdutivos diante do trabalho forçado e gradativamente começaram a serem descartados como mão de obra escrava. Mas a necessidade de mão de obra barata da coroa e dos colonos continuava, alguém teria que substituir os índios. Importando escravos negros Angola, ano domini de 1570 A colônia africana de Portugal já trabalhava há algum tempo com a captura e negociação de escravos para serem vendidos na Europa. Esse lucrativo mercado já existia na África muito antes dos Europeus chegarem. Reinos invadiam e pilhavam tribos ou nações inimigas e capturavam milhares de escravos para serem vendido para o norte. A captura ou negociação de escravos sempre esteve presente na história da humanidade. E não era uma questão de cor, e sim de guerra, de sentimento de superioridade de uma nação e principalmente de lucro. Os negros foram os últimos a serem escravizados, daí essa relação que temos hoje, mas já houveram escravos brancos de olhos azuis, índios, asiáticos e até mesmo europeus. Africanos já escravizaram brancos e negros. O mercado de escravos sempre foi lucrativo, e sempre se mostrou um excelente meio de mão de obra barata. Foram basicamente escravos das mais diversas cores e culturas que praticamente ergueram muitas cidades. Quando os portugueses colonizaram Angola, estavam esperançosos de obter riquezas através do ouro, mas como não conseguiram, descobriram essa outra forma de obter lucro: exportando escravos. A negociação de escravos estava prestes se tornar muito mais lucrativa com a enorme demanda que começava a chegar do Brasil. Vários navios negreiros saíam da África em direção à nova colônia. Os negros eram amontoados nos porões dos navios como se fosse um tipo de mercadoria qualquer e muitos não sobreviviam às viagens. Apesar de os africanos também tentarem resistir ao trabalho forçado, não tiveram o mesmo êxito que os índios, que estavam em sua própria casa contando com o apoio de seu povo. A coroa começou aos poucos a proibir a escravização de índios, mas nada tinha contra escravizar negros. O mercado negreiro começava a lucrar bastante, as grandes propriedades no Brasil já possuíam inúmeros cativos e até mesmo a igreja usava essa força de trabalho, como no caso dos beneditinos, que foram um dos maiores proprietários de escravos no Brasil. Possuir escravos era um sonho de consumo até mesmo dos próprios escravos libertos no Brasil. Houveram vários cativos, em destaque as mulheres, que após comprarem sua liberdade enriqueciam e se tornavam possuidores de vários outros escravos, sem contar os libertos que passavam a ganhar muito dinheiro traficando escravos. A cultura escravista estava incrustada em boa parte das culturas do mundo como algo natural. Mas revoltas e ataques dos cativos eram também muito comuns. Zumbi o famoso líder do quilombo dos Palmares, também possuiu escravos, apesar de os quilombos serem os refúgios dos escravos fugitivos. A vida dentro dessas fortificações era hierárquica e refletia muito a vida na África. Os negros que tentassem fugir de Palmares eram mortos, e várias vezes os rebeldes saíam para pilhar propriedades e roubar escravos, que continuavam exercendo o trabalho forçado no quilombo. Só eram livres aqueles que chegavam ao quilombo por livre e espontânea vontade, mas mesmo assim, não poderiam mais sair e deviam viver sob as leis do líder, nesse caso, Zumbi. O quilombo de Palmares fora derrotado por Domingos Jorge Velho. A colônia crescia cada vez mais, cidades e villas eram formadas, e a política já se consolidara com as câmaras, os juízes e outros servidores que agiam sob ordens da coroa portuguesa. A sociedade brasileira se formava basicamente em função de Portugal, que fazia de tudo para que nenhum navio estrangeiro levasse mercadorias da colônia, principalmente o açúcar, principal produto brasileiro. Salvador era uma grande cidade da colônia e um grande centro de produção e exportação dos produtos e também de escravos. Obviamente se tornava atrativa para outros reinos. A invasão holandesa Salvador, Brasil, ano domini de 1624 Embarcações holandesas chegam em Salvador que é invadida e pilhada em menos de 24h. Mas os holandeses não conseguiram avançar mais, pois o colonos cercaram a cidade e em menos de um ano conseguiram expulsar os inimigos. Mas passaram-se 5 anos e os holandeses voltaram a atacar, invadindo, dessa vez, Pernambuco. O interesse dos invasores era o mercado açucareiro, e a segunda invasão foi mais bem sucedida. Grandes batalhas ocorreram durante vários anos. Os colonos eram auxiliados por outras nações na tentativa de vencer os holandeses e retomar as áreas conquistadas. A população sob domínio holandês também se revoltara contra os estrangeiros e em 1654 os holandeses foram finalmente derrotados. Apesar da derrota, somente em 1661 um tratado de paz foi assinado entre Portugal e Holanda. A união entre índios, brancos, negros e mestiços durante a guerra para derrotar os holandeses iniciou um sentimento de nação, de povo nativo, entre os habitantes do Brasil, que começava a entrar numa fase de desbravamento e conturbação. A descoberta do ouro Até então o Brasil era habitado e explorado somente na sua região litorânea, e começava a se fazer necessário o desbravamento de seu interior. A coroa e os comerciantes precisavam de mais área, de mais população e esperavam encontrar ouro e outros minerais preciosos. Os bandeirantes e outros expedicionários começavam a avançar território adentro, saído da cada vez maior cidade de São Paulo, combatendo escravos fugitivos, ocupando terras e procurando ouro e diamantes. Até que as primeiras minas de ouro foram descobertas por Manoel Borba Gato, seguidas por várias outras descobertas, inclusive e de diamantes por Bernardo da Fonseca Lobo, numa região que ficou conhecida por Diamantina. A maioria dessas minas se encontravam próximas, e assim era formada as minas gerais. A essa altura, o Brasil já possuía boa parte de seu território explorado e habitado, mas o mercado açucareiro começava a entrar em crise e a população buscava outra forma de obter renda. A descoberta do ouro abria as portas para uma época muito conturbada. Épocas conturbadas O Brasil já era uma enorme colônia. A sociedade crescia cada vez mais e uma espécie de cultura brasileira ia se formando. Não só nos costumes, como também na questão étnica, a mistura de brancos, negros e índios criava uma nação peculiar. Muito da cultura africana e indígena era absorvida pelos habitantes, desde os alimentos até a música e a fala. Por outro lado, Portugal estava diante de uma crise. Com o mercado açucareiro em baixa, a dependência da Inglaterra crescia cada dia mais, obrigando Portugal a abrir várias concessões para os britânicos. A descoberta do ouro no Brasil fora a salvação de Portugal. Milhares e milhares de pessoas emigravam da metrópole para o Brasil, numa grande corrida para encontrar ouro. Pessoas de todos os tipos largavam tudo para ir para a colônia, desde nobres até prostitutas. O êxodo foi tão grande que a preocupação com o risco de ficar com a população baixa fez Portugal criar leis de emigração. No Brasil a população do nordeste também começou a ir para a região das minas, e isso liquidou o que restava da produção de açúcar e transformou a área mais rica do Brasil numa região em decadência. Com tantos portugueses e nordestinos chegando em busca de ouro, a população de São Paulo levantou armas para impedir que forasteiros viessem atrás de seu ouro, iniciando assim uma guerra, conhecida como Guerra dos Emboabas. Os paulistas não obtiveram sucesso, mas conseguiram que São Paulo se tornasse uma capitania, separa do Rio de Janeiro. A coroa sedenta pelos lucros, investiu pesado em criar leis e controles para o mercado do ouro. A regra era bem simples, casas de fundição foram criadas e todos que achasse ouro deviam levá-lo para essas casas, que tiravam a quinta parte para a coroa e o restante era entregue em barras para o proprietário. Nunca antes Portugal havia interferido tanto na vida da colônia, tentando organizar, controlar e fiscalizar a extração do ouro para evitar perdas, caos e contrabando. O contrabando era exercido até por padres, que carregando as estátuas de santos em pequenas procissões, estavam na verdade era secretamente levando ouro dentro dessas estátuas adaptadas, ou seja, eram os “santos do pau oco”. Conspirações Brasil, meados do século XVIII Começava a chegar da Europa e demais partes do mundo a notícia da Independência do Estados Unidos, idéias e obras que pregavam a liberdade e a igualdade eram disseminadas pela populução. A revolução francesa marca profundamente a Europa com a queda do antigo regime, e no Brasil, mentes começam a se iluminar com idéias mirabolantes. Marquês de Pombal, atual administrador dos assuntos da colônia, exerceu uma gerência mercantilista, mas relativamente frustrada e causou polêmica também com a expulsão dos jesuítas do Brasil e o confisco de seus bens. Sobe então ao trono de Portugal a a rainha Maria I. Ela manda fechar todas as fábricas no Brasil e tenta de todas as formas realizar uma reforma política para fortalecer o absolutismo em meio a tantas idéias contrárias que vão surgindo mundo afora. Conspirações e movimentações rebeldes começam a crescer em todas as partes do Brasil. A sociedade mineira estava em decadência devido à queda da produção de ouro e as pesadas medidas da coroa para arrecadação. Um grupo da elite mineira, levados por essa sensação de exploração e provavelmente por suas dívidas particulares que tinham com a coroa, começaram a conspirar contra Portugal e preparar um movimento de rebeldia. O provável objetivo era fundar uma República. Um dos conspiradores arrumou uma forma mais fácil e rápida de resolver suas dívidas com Portugal: Silvério dos Reis fez um acordo com a coroa e delatou todos os conspiradores. Todos foram presos, frustrando assim a Inconfidência Mineira. Portugal precisava dar um exemplo e criou um longo julgamento com toda pompa e teatralidade possível. A leitura durou nada menos que 18 horas e condenava todos os conspiradores à forca. Pouco tempo depois chegava uma carta de clemência da rainha, transformando todas as penas de morte em banimento, com exceção de José Joaquim da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. Ele fora o único a assumir a responsabilidade pela Inconfidência, e no dia 21 de abril de 1792, ele foi enforcado, esquartejado e teve sua cabeça exposta na praça principal de ouro preto. O movimento mineiro nunca chegou a ser concretizado mas teve um valor simbólico, assim como várias outras rebeliões que aconteciam ou eram idealizadas. Na Bahia, em 1798 pessoas de menor condição social, como mulatos, negros, comerciantes e alfaiates, começaram a defender a proclamação da república, o fim da escravidão e a liberdade. Formava-se a Conjuração dos Alfaiates. Os conspiradores chegaram a distribuir panfletos, mas não conseguiram concretizar a rebelião, pois quando tentaram conseguir o apoio do governador da Bahia, começaram as prisões e as delações. Por serem de uma classe inferior a dos Inconfidentes mineiros, os conjurados baianos não ganharam uma carta de clemência. 4 foram enforcados e esquartejados e o resto banido. Indícios do fim da colônia As revoltas e conspirações no Brasil podem não ter funcionado efetivamente, mas coincidiam como se fossem bandeiras de profetas, com importantíssimos acontecimentos na Europa que marcariam o início de uma completa mudança no Brasil. Parte 2 A ascensão de Napoleão França, anno domini de 1791 Após a revolução francesa e a queda da monarquia absolutista, a França passava por uma conturbada fase onde tentava-se a todo custo impor os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Muito sangue foi derramado durante e principalmente após a revolução francesa. Intrigas, conspirações, paranóias por parte dos revolucionários e principalmente incidentes externos, levavam a França à uma batalha sem fim. Os revolucionários começavam a perder o controle de sua revolução e a frança caminhava para o caos. Temendo que as perigosas idéias francesas contaminassem seus reinos, vários outros países da Europa se uniram contra a França. E durante as batalhas erguidas, se destacou um oficial que se mostrara extremamente habilidoso nas batalhas, e que com apenas 24 anos de idade, fora promovido a general. Considerado um dos maiores gênios militares da história, Napoleão Bonaparte rapidamente ganhou poder enquanto vencia os exércitos estrangeiros e impunha a ordem na França. Rapidamente se tornou cônsul, recebendo assim poderes irrestritos, até que em 1804 se auto proclamou Imperador da França. Invasões napoleônicas Com o claro objetivo de subjugar toda a Europa, Napoleão mostrava cada vez mais sua genialidade militar. Reino após reino era derrotado pelas tropas francesas. Exércitos mais poderosos e numerosos eram vencidos pela estratégia ousada e movimentação rápida das tropas de Napoleão que passaram vários anos sem conhecer a derrota. Protegida pelo Canal da Mancha, a Inglaterra era o único reino da Europa que ainda não estava ao alcance de Napoleão. Os ingleses eram no mar o que Napoleão era em terra, e por isso o imperador francês resolver atacar os Ingleses em outro ponto: na economia. Napoleão decretou o bloqueio continental, fechando assim todos os portos europeus aos produtos britânicos e, dessa forma, isolando a Inglaterra do resto da Europa. Mas ainda havia um pequeno, desprotegido, ultrapassado e solitário reino que possuía uma aliança com a Inglaterra e não podia acatar as ordens dos franceses e mantiveram seus portos abertos à Inglaterra: Trata-se de Portugal. Portugal e seu dilema A aliança de Portugal com a Inglaterra era baseada no temor. Os portugueses sabiam muito bem o que a potência inglesa fazia com reinos que quebravam suas alianças. Por isso os portugueses tentaram enrolar Napoleão e assim ganhar tempo para resolverem esse dilema. O tempo era muito necessário aos portugueses que viviam num dos países mais atrasados da Europa, viram sua rainha perder o trono depois de ficar louca e eram agora governados pelo príncipe regente D. João VI. D. João era conhecido por sua completa incapacidade de tomar decisões, deixando sempre esses assuntos mais graves nas mãos de seus ministros. Mas dessa vez o príncipe regente estava contra a parede: ou obedecia as ordens de Napoleão e era devastado pela Inglaterra ou mantinha sua aliança com a Inglaterra e era devastado por Napoleão. As opções de Portugal No ano de 1807, depois de os portugueses esgotarem todas suas manobras para ganhar mais tempo, as tropas napoleônicas iniciaram sua marcha em direção à Portugal. Não havia mais espaço para indecisões. D. João VI estava a um passo de sua ruína. Surge então uma oferta dos Ingleses para ajudar Portugal a sair de seu dilema. A Inglaterra ofereceu embarcar e escoltar a côrte portuguesa para o Brasil, onde estariam a salvo de Napoleão e de qualquer guerra. Era a sombra e a água fresca para os quais o Príncipe regente nascera. A outra opção dos portugueses era enfrentar o exército francês junto com os ingleses. Mas essa idéia obviamente nem chegara perto de ser cogitada por um príncipe covarde e indeciso, portanto, finalmente a decisão estava tomada. O embarque No dia 6 de novembro de 1807, uma esquadra inglesa comandada por Sir Sidney Smith ancora na foz do Rio Tejo em Portugal. Nos navios, mais de 7000 homens compunham a tropa britânica, que estava ali com duas ordens: a primeira era embarcar, proteger e escoltar a corte Portuguesa até o Brasil. A segunda ordem, era, caso a primeira não fosse cumprida, bombardear Lisboa. A idéia de abandonar Portugal e mudar a côrte para o Brasil não era nenhuma novidade. Várias vezes durante a história, essa sugestão fora cogitada, chegando ao ponto até de afirmarem que perder aquele pequeno país, completamente desprotegido na Europa, seria mais lucrativo. Contudo essa idéia nunca chegara a ser concretizada. Mas naquele novembro de 1807, não havia mais o que pensar e nem mesmo tempo a perder. Os franceses já estavam na fronteira. Durante o amanhecer, uma correria e vai e vém de carruagens, carroças e pessoas, acontecia no porto. Com a decisão tomada de última hora, o embarque fora praticamente improvisado. A rainha, o príncipe regente, seus filhos, sua esposa Carlota Joaquina e toda a côrte portuguesa se apressavam em embarcar diante de uma multidão de cidadãos que começava a se amontuar no porto e assistir incrédulos todo o governo português fugir para além mar. A população se sentiu desamparada e completamente abandonada, e muitos apedrejavam as carruagens que iam passando em direção aos navios. O príncipe regente já havia perdido sua autoridade em seu reino. Oficiais dos fortes se recusaram as obedecer as últimas ordens do príncipe, dizendo que se ele queria fugir e abandonar seu povo, os oficiais passariam a receber ordens de quem quer que tomasse Portugal. D. João VI limpara os cofres públicos para sua viagem, levando toda a riqueza à bordo dos navios. O embarque foi tão corrido e improvisado que muita coisa ficou para trás, até mesmo caixas com as obras da Real Biblioteca. Os navios zarparam e enquanto ainda podiam ser vistos no horizonte, as tropas francesas chegaram à Lisboa. Quando os franceses chegaram, ficou nítido que se o príncipe regente tivesse decidido ficar e lutar, teria facilmente ganho a batalha, pois, depois da longa e penosa marcha, os soldados franceses entraram em Lisboa mais parecendo mendigos do que soldados. Suas roupas estavam já encardidas e rasgadas, andavam praticamente descalços, magros, fatigados, e com as armas inutilizáveis. A chegada no Brasil Depois da longa e penosa viagem, no dia 22 de 1808 D. João aporta na Bahia. Os planos iniciais era que fossem direto para o Rio de Janeiro, mas por um mistério que permanece até hoje, D. João mudou os planos repentinamente, ordenando que a primeira parada no Brasil fosse na Bahia. Assim que chegou, o príncipe decretou a abertura dos portos às nações amigas, e após algumas semanas, D. João vai definitivamente para o Rio de Janeiro. A nova vida no Brasil Diante da transferência da sede da monarquia para o Brasil, com a capital no Rio de Janeiro, a vida na colônia mudou muito. O acesso aos livros e a vida cultural eram uma grande novidade para os Brasileiros. Além disso, academias literárias e científicas foram criadas, teatros e bibliotecas erguidos e novas idéias circulavam por todos os cantos. Em setembro de 1808 o primeiro jornal foi publicado no Brasil. Todas essas mudanças vinham para atender a necessidade da côrte, mas que refletiu em toda a população. O Rio agora estava predestinado a ser a região mais rica da colônia, tanto econômica quanto culturalmente. Nesse mesmo ano, D. João VI criou o Banco do Brasil. O príncipe trouxe tropas de Portugal para policiarem as principais cidades brasileiras, e o clima de monarquia crescia cada vez mais. Outro choque cultural foi o fato de que os brasileiros não estavam acostumados a ter reis e príncipes perambulando pelas ruas e não tinham nenhuma noção dos protocolos a serem seguidos diante de uma côrte. Dizem que Carlota Joaquina dava chiliques exigindo que todos na rua se ajoelhassem quando sua carruagem passasse pelas ruas. Tudo isso era muito novo para os colonos. Mas não só nos costumes houve mudança: o destino do Brasil mudara completamente com a vinda da côrte, fazendo com que os dias de colônia entrassem em contagem regressiva. A independência Pouco depois da chegada da côrte, um sentimento de revolta começou a crescer no nordeste, que recebia seu golpe de misericórdia quando o Rio se tornara capital. As desigualdades regionais aumentaram, muitas pessoas migraram para o Rio de Janeiro, dobrando sua população, e em 1817 estoura a Revolta Pernambucana. A essa altura, Napoleão Bonaparte, já havia sido derrotado, em 1815 na batalha de Waterloo, e estava preso na ilha de Santa Helena, o que amenizava os problemas da coroa com suas posses na Europa, mas outros problemas começariam a vir de todos os lados. Descontentes com os privilégios dados aos portugueses no Brasil, pessoas de várias classes e camadas, como militares, padres, comerciantes, juízes e proprietários rurais, se rebelaram e tomaram Recife, proclamando um governo provisório. A revolução durou menos de três meses, até que os revoltosos foram derrotados e seus líderes executados. Mas isso era somente um sinal do que estava por vir. Após a morte da Rainha D. Maria, D. João se tornara rei de Portugal e do Brasil. E em Portugal uma revolta política acontecia, pois o desamparado povo português concluiu que a monarquia absolutista estava ultrapassada, e exigiram o retorno do rei. Dom João, sob pressão, volta para Portugal, deixando seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil. Nos meses seguintes iniciaram-se eleições para as cortes no Brasil, onde quase todos os eleitos foram brasileiros. D. Pedro I promoveu várias mudanças na colônia, mostrando os primeiros passos para uma independência, e isso não agradou aos portugueses, que enviaram ordens para que as principais repartições criadas por D. João VI no Brasil se transferissem para Lisboa, e também enviaram novas tropas para o Rio de Janeiro e exigiram o retorno à Portugal do príncipe regente D. Pedro I, para assim concluírem o processo de transformarem o Brasil novamente numa simples colônia. Nitidamente favorável à causa brasileira, D. Pedro I recebeu inúmeros pedidos para que não voltasse à Portugal, e foi então que ele proferiu a famosa frase: “Se é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que eu fico.” Esse dia de 9 de janeiro de 1822 ficou conhecido como o Dia do Fico. O príncipe regente logo passou a fazer novas mudanças e seus atos se mostravam claramente como atos de ruptura com Portugal, como expulsar soldados e oficiais que se recusassem jurar lealdade à ele. Novas ordens chegavam de Lisboa revogando os decretos do príncipe, acusando os ministros de traição e novamente exigindo a volta de D. Pedro à Portugal. Mas o Brasil já estava preparado. Após a chegada do último despacho com as ordens portuguesas com as acusações de traição, mandaram um mensageiro ir o mais rápido possível atrás de D. Pedro, que estava em viagem para São Paulo, e dar-lhe as notícias. O mensageiro alcançou a carruagem do príncipe no dia 7 de setembro de 1822, nas margens do Riacho Ipiranga, e ali, D. Pedro deu o chamado grito do Ipiranga, oficializando a Independência. O primeiro reinado O Brasil estava finalmente independente de Portugal, e deixava definitivamente de ser uma colônia, e sendo governado por D. Pedro I, a tendência de tudo era agora melhorar e servir unicamente os interesses brasileiros. Após alguns conflitos armados e várias mediações, a independência do Brasil fora reconhecida por outros países e até mesmo por Portugal que, como condição, impôs o pagamento de 2 milhões de libras para compensar sua perda, e a necessidade de pagar essa indenização foi o motivo da primeira dívida externa Brasileira, que teve que pegar o dinheiro emprestado com a Inglaterra. Assim que foi coroado, D. Pedro se focou na elaboração da constituição brasileira. Uma assembléia constituinte foi formada, mas logo desavenças e intrigas começaram a rondar os políticos, o que resultou em D. Pedro dissolver a assembléia, com apoio do exército e ele mesmo elaborar a constituição. – Nos Estados Unidos, aquele tão famoso documento começa assim: “Nós o povo…” No Brasil, provavelmente poderia começar assim “Eu o rei…” – Contudo, a constituição de D. Pedro não era muito diferente daquela elaborada pela assembléia. O reinado de D. Pedro I foi predestinado a ser um curto reinado de transição, a situação política, social e econômica estavam muito instáveis após o abalo da independência. Disputas de poder e mais intrigas marcavam essa conturbada fase. Em 1825, uma rebelião declarou a separação do Brasil, formando as Províncias unidas do Rio Prata, onde mais tarde seria a Argentina. Essa rebelião logo levou o Brasil à uma guerra de grandes proporções contra Buenos Aires. Essa guerra foi um desastre militar, político e econômico para o Brasil, que fora derrotado em 1827. Na verdade, ambas as partes se viram numa catástrofe financeira. Internamente Brasil começava a ruir com aumento dos preços devido à falsificação de moedas, e o recrutamento militar obrigatório por causa da guerra. Os populares estavam também especulando que D. Pedro tinha planos de voltar aos tempos de reino unido, de Brasil e Portugal, já que D. João VI tinha morrido e D. Pedro era o herdeiro do trono português. A impopularidade de D. Pedro começou a fazer políticos e até o exército se afastarem dele. As desavenças entre portugueses residentes no Brasil e brasileiros cresciam cada dia mais. Os brasileiros chamavam os portugueses pejorativamente de pés-de-chumbo, enquanto os portugueses revidavam chamando os brasileiros de cabras. Então em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho, nascido no Brasil e considerado brasileiro, D. Pedro I abdicou do trono. A regência Dom Pedro II ainda era uma criança quando o pai abdicou do trono, e por isso até que ele atingisse a maioridade, o Brasil seria regido por figuras políticas. A essa altura, outro problema chegava ao Brasil. Dependente da Inglaterra, o Brasil se via pressionado pelos britânicos à abolir a escravidão. Mas o Brasil era mais dependente ainda dos escravos, e depois de várias negociações aceitou cessar de vez o tráfico de escravos, mas mantendo os escravos já existentes. Os ingleses passaram a patrulhar a costa brasileira abordando navios em busca de traficantes negreiros, e o governo brasileiro, para agradar os ingleses, acabou sendo obrigado a criar uma lei em 1831, que aplicava severas penas aos traficantes e declarar livres todos os escravos que tivessem chegado após essa data. Contudo, a importação de escravos aumentava cada vez mais, as autoridades faziam vista grossa para os traficantes e os poucos que iam a julgamento eram absolvidos pelos juízes. O Brasil precisava de escravos e dependia da Inglaterra, por isso a lei de 1831 foi definida por uma expressão usada para diversos fins até hoje, ou seja, foi uma lei “para inglês ver”. A regência foi uma fase de mais mudanças e conflitos, já que os políticos se viam agora diante da dificuldade de saírem completamente do absolutismo. As tentativas de adotar medidas mais liberais e que garantissem direitos individuais sempre terminavam em choques entre as elites e os grupos locais. Inúmeras revoltas começaram a surgir, e boa parte delas clamavam a subida ao trono de D. Pedro II. Milhares de pessoas morriam nas batalhas e o liberalismo adotado pela regência abria as portas para mais revoltas, motivadas por disputas de poder e até mesmo separatismo. A guerra dos Farrapos No Rio Grande do Sul, a população descontente se achava explorada pelo governo através de impostos, vendo suas riquezas serem retiradas de lá para sustentar outros estados, e um movimento separatista começava a se formar com mais força, e com apoio oficiais do exército, de revoltosos imigrantes italianos e liderados por figuras como Giuseppe Garibaldi e Bento Gonçalves, tem início, em 1835, a Guerra dos Farrapos. Também conhecida como farroupilha, a guerra teve grandes proporções e durou vários anos. Os separatistas criaram a República do Piratini, e Bento Gonçalves foi nomeado presidente. Garibaldi levou a guerra para o norte da província e assumiu e conquistou Santa Catarina. O governo central do Brasil enquanto combatia tentava fazer concessões aos revoltosos, como diminuição de impostos. Após várias batalhas e negociações, em 1845 os revoltosos e o governo central assinam a paz, com condições como anistia de todos os revoltosos, integração dos oficiais revoltosos, de acordo com suas patentes ao exército brasileiro e que o governo assumisse todas as dívidas da então República de Piratini. Durante toda a agitação do país, a política ia se formando e se estruturando. Dois partidos políticos começavam a surgir, o Conservador e o Liberal. As disputas políticas acabaram levando ao poder o conservador Pedro de Araújo Lima, o Marquês de Olinda, que marcou o início do regresso para a centralização política, retirando das províncias vários de seus poderes. E para que as coisas não piorassem, os liberais só tinham uma saída paradoxal: apressar a ascensão ao trono de D. Pedro II. O segundo reinado Os liberais anteciparam no congresso a maioridade do rei, fazendo assim com que em 1840 subisse ao trono, com apenas 14 anos de idade, o imperador D. Pedro II. Os partidários achavam que conseguiriam manipular o rei e assim atingir seu objetivos. Apesar de no início a idéia ter funcionado, com o passar do tempo não foi isso o que aconteceu. O rei tomou as rédeas. A reinado de D. Pedro II foi marcado pelo fortalecimento da política parlamentar e principalmente pela modernização do país. O monarca trouxe ao Brasil novas invenções como o telefone, investiu na educação, na cultura e nas artes, se mostrando um governante muito dedicado ao país. O seu reinado é muitas vezes chamado de época de ouro do Brasil. O povo o via como uma figura paternal e passava a adorá-lo. Nunca, até então, houve tanta liberdade de expressão como na época, onde o rei não punia nem censurava até mesmo publicações com críticas e perjúrios à seu governo e sua pessoa. A monarquia brasileira estava atingindo sua plenitude com o apoio do povo. Dom Pedro II também fez várias investidas para abolir a escravidão, e algumas vezes fora criticado por isso, pois o proprietários chamavam a abolição de suicídio econômico do país. Contudo, Dom Pedro II estava prestes a enfrentar um grande desafio… A guerra do Paraguai 11 de novembro de 1864 O Paraguai era um pequeno país governado por Solano López, através de um espécie de ditadura. Apesar de ter conseguido se desvencilhar das dependências externas e começar a investir na modernização, o Paraguai ainda era um país atrasado e se afogava em burocracia. Solano López sempre pregou seu repúdio às supostas pretenções imperialistas brasileiras, principalmente quando se trata do Uruguai, que sempre teve fortes influências brasileiras e era motivo de disputas entre os vizinhos. O Uruguai tinha dois grupos partidários e rivais predominantes os blancos e os colorados. O Brasil apoiava os colorados enquanto López decidiu se aliar aos blancos para tentar sair do isolamento. Com os blancos do poder, chegavam notícias de que cidadãos brasileiros estavam sendo vítimas de violência no Paraguai. Somando isso com a necessidade de colocar os colorados no poder, o império invadiu o Uruguai. Solano López afirmando que o expansionismo brasileiro e argentino iriam sufocar o Paraguai, imediatamente aprisiou um navio brasileiro em seu território e logo em seguida lançou um ataque ao Mato Grosso. Começava então, a Guerra do Paraguai. López contava com muito mais soldados que o Brasil, e por isso talvez tenha criado um complexo de superioridade ao ponto de declarar guerra ao maior país do continente, já que o Brasil demoraria ainda mais de 5 meses para conseguir reagir aos ataques, pois fora obrigado à modernizar e dar cara ao seu exército, aumentando salários, promovendo campanhas de alistamento e fortalecendo a forças armadas como uma instituição. O líder paraguaio parte então para outra investida, dessa vez objetivando atacar o Rio Grande do Sul. Mas para chegar lá ele precisaria atravessar uma pequena região da Argentina. Pediu autorização aos argentinos, mas o pedido foi negado. Com essa suposta afronta, Solano também declara guerra ao segundo maior país da América do Sul. Forma-se assim a tríplice aliança, e o Paraguai estava praticamente cercado de inimigos. A guerra era sangrenta. Durante as batalhas o exército brasileiro ia ganhando cada vez mais profissionalismo, mais soldados inscritos e mais estrutura. Com vários erros táticos, o Paraguai perdeu importantes batalhas em que estava com a vantagem e acabou cercado de forma que não conseguia mais receber armas e suprimentos importados da Europa. O Paraguai perdeu outra grande batalha, dessa vez com a presença do Imperador Dom Pedro II e do presidente argentino, mas de 17.000 soldados das forças aliadas venceram e libertaram a cidade gaúcha de Uruguaiana. As baixas paraguaias beiravam 50.000 pessoas, o que era um número muito elevado para um país tão pequeno e com a população tão baixa, enquanto os aliados haviam perdido 20.000. À essa altura não havia mais chances para o Paraguai, mas Solano López não se rendeu, e quando já não havia mais soldados suficientes, começou a alistar velhos e crianças para continuar a guerra, até que em 1870, depois de ter seu acampamento cercado, López é morto pelas tropas brasileiras. O Paraguai ficou arrasado. Várias de suas terras foram tomadas pelo Brasil e Argentina, metade de sua população tombara na guerra, sua modernização se acabara e seu futuro já não tinha mais horizonte. O fim da monarquia O governo de D. Pedro II era cada vez mais celebrado, a vitória na Guerra do Paraguai ajudou na campanha de patriotismo que o rei disseminava, e talvez agora o Brasil estivesse livre para a prosperidade. Mas nada é um mar de rosas. Crises começaram a surgir com o movimento republicano, contrário à monarquia e também com impasses entre o governo e a igreja. Com a sanção da lei abolicionista assinada pela Princesa Isabel, idéia fortemente apoiada por D. Pedro, alguns grupos da elite também ficaram insatisfeitos com o governo. Apesar de todas as medidas que D. Pedro II tomou para a liberdade tanto política quanto social, vários grupos ainda achavam que muito mais poderia ser feito e que a monarquia era um empecilho para isso. Foi assim, com fortes influencias da igreja, do exército e de algumas elites que o movimento republicano viu que a queda da monarquia era inevitável. Sob o comando de Deodoro da Fonseca, as tropas republicanas marcharam até o ministério da guerra, onde estavam os líderes monárquicos, e ali provavelmente proclamou a república. Dom Pedro II era admirado e respeitado até mesmo pelos oficiais e republicanos, e por isso nenhum teve coragem de tratar o assunto diretamente com ele, enviando as mensagens através de subordinados. O rei deposto e sua família deveriam deixar o Brasil. D. Pedro II aceitou pacificamente sua deposição e sob grande salva da população e até mesmo de oficiais e soldados que ergueram suas armas em continência, a família Bragança e Hapsburgo embarcou para o exílio e deixou de reinar. Era o fim da monarquia no Brasil. Parte 3 O boom da primeira república Porque o Brasil se tornara república? Quais foram os principais motivos de derrubar a monarquia? Será que o bem do povo em geral era o ideal que regia os republicanos em sua marcha? Não podemos somente olhar para os supostos atos heróicos, devemos olhar para seus motivos, uma vez que esses podem ser a resposta para a pergunta: o que vem a seguir? Após a proclamação da república o marechal Deodoro da Fonseca assume o governo provisório e muitos oficiais militares foram eleitos para o Congresso Constituinte, fortalecendo assim o poder político do exército. A primeira constituição republicana estava sendo redigida e foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, inspirada no modelo norte-americano e dando autonomia para os estados, abolindo a pena de morte em épocas de paz e instituindo o direito à segurança individual e à propriedade. Era consagrada a República Federativa do Brasil. Deodoro da Fonseca foi eleito presidente da república e Floriano Peixoto vice presidente. O governo de Deodoro, ironicamente foi marcado por crises, intrigas e também pela censura e autoritarismo. O congresso foi fechado e toda a pressão formada acabou levando Deodoro da Fonseca à renúncia e a subida ao poder de Floriano Peixoto, que teria seu curto governo lembrado por ser uma ditadura militar e recheado de guerras. Uma dessas guerras ensanguentou o sul do Brasil, uma das regiões mais instáveis do Brasil, quando republicanos históricos e os federalistas se enfrentaram. Os federalistas avançaram sobre Santa Catarina e se juntaram aos integrantes de outra revolta que acontecia, a Revolta Armada, iniciada por marinheiros numa rivalidade contra o exército. Com essa força os federalistas tomaram Curitiba, mas foram obrigados a recuar, concentrando suas forças no Rio grande do Sul. A essa altura, o mandato de Floriano Peixoto acabara e fora eleito à presidência o paulista Prudente de Morais, contrário às idéias de Floriano. Era praticamente o fim da presença do exército na presidência. Depois de um acordo mediado por Prudente de morais, a Revolta Federalista se encerrou, mas com a oposição que se tornara aguda, mais intrigas e revoltas acontecendo, o governo ainda iria enfrentar desafios piores, como foi o caso da Guerra de Canudos. um grande confronto entre o exército e uma força popular liderada por Antônio conselheiro que havia fundado um povoado no interior da Bahia e, através de uma pregação sócio-religiosa, havia atraído milhares de seguidores, incomodando a igreja e o estado, que deu o primeiro golpe. Conselheiro venceu várias batalhas, mas acabou derrotado em 1897. Os políticos republicanos chamaram essa guerra de luta da civilização contra a barbárie, mas nas palavras de Bóris Fausto: Havia barbárie em ambos os lados, e mais ainda entre aqueles homens instruídos que tinham sido incapazes de pelo menos tentar entender a gente sertaneja. Em 1898 Prudente de Morais é sucedido por Campos Sales, e em seguida Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Epitácio Pessoa, Arthur Bernardes e finalmente Washington Luís, o último presidente da república velha. A situação do Brasil na República Velha Durante esses anos, o Brasil vivia uma situação relativamente conturbada, com uma política de oligarquias, ou seja, para poucos, onde os estados, na prática, eram controlados por um pequeno grupo de políticos. Passava também por graves problemas financeiros e a dívida externa a cada ano ficava maior. Enquanto o país vivia a época do café-com-leite, ou seja, de modo grosseiro, um governo com fortes influências de Minas Gerais e São Paulo, o coronelismo também ganhava mais espaço em várias regiões do Brasil. Para o bem ou para o mal, o país estava se moldando através de todas essas políticas. Até 1930 o Brasil estava recebendo milhões de imigrantes europeus e asiáticos, que vinham em busca da prosperidade no novo mundo. A grande presença desses imigrantes nas cidades e no campo estava moldando e muito a cara multicultural do Brasil. Desde a gastronomia até aos hábitos, os imigrantes foram responsáveis por fortes influencias culturais entre o povo brasileiro. Havia pequenas vilas onde nem sequer se falava o português. Muitos imigrantes prosperam, outros foram maltrados em trabalho quase escravo no campo, o que não era raro nessa época, havendo até reclamações do consulado e medidas de outros países. As cidades cresciam rapidamente e São Paulo se destacava em sua urbanização e crescimento populacional, pois além de ser um importante polo de produtos importados, havia espaço para todo tipo de comércio e era vista como a cidade para se subir na vida. Assim também crescia a indústria em várias regiões do Brasil, prevalecendo a indústria têxtil. A Amazônia, se enriquecia como num sonho, com o avanço da produção de borracha, muito requisitada para produção de bicicletas e mais ainda para a de carros, na virada do século. Assim essa região se tornara chamativa para imigrantes do Brasil e do mundo, que vieram a se deprimir quando em 1910 uma crise devida à queda de preço da borracha jogou a economia amazônica no chão. Da riqueza e bons tempos da Amazônia só sobraram os belos e luxuosos teatros de Belém e Manaus. Por todo o Brasil movimentos sociais começaram a surgir desde classe operária até aos trabalhadores rurais. Um desses movimentos se destacou também pela influência religiosa, formando-se em em volta de uma conhecida figura do nordeste, o Padre Cícero Romão Batista. Padim Cícero, como era conhecido, reunia fiéis, em Juazeiro para rezar e fazer promessas nos períodos de seca. Ganhou fama de milagreiro e incontáveis pessoas se mudaram para Juazeiro ou iam visitá-lo em enormes romarias. O padre Cícero logo se tornou um coronel, chocando-se com as autoridades católicas e se envolvendo militarmente em lutas políticas. Muito do desenvolvimento da região se deu por conta do padre e, mesmo depois de sua morte, a devoção do povo continuou, tornando-o assim uma espécie de santo. Os últimos anos da república velha Nos últimos anos da república velha, crises e greves eram constantes. Com influências vindas da revolução russa, surge o Partido Comunista do Brasil, que criou fortes laços com a classe operária. E obviamente os comunistas tentaram fazer a revolução vermelha no Brasil também. Enquanto o Brasil passava pelo movimento tenentista, onde oficiais do exército se rebelaram contra o governo, um capitão de nome Luís Carlos Prestes se destacou ao iniciar uma marcha armada de mais de 24.000 kilômetros pelo interior Brasil, que ficou conhecida como a Coluna Prestes. O objetivo dessa marcha era disseminar a idéia de revolução e receber apoio popular contra as oligarquias. O apoio popular nunca aconteceu e, documentos recentes mostram que talvez o motivo disso estivesse nos inúmeros saques, estúpros e torturas que resultavam da passagem da coluna pelas pequenas cidades rurais. Em 1927 a marcha se deu por terminada e seus membros se refugiaram em países vizinhos. A revolução de 30 3 de outubro de 1930 Após anos de crises, revoltas, intrigas e disputas políticas e o refreamento da modernização econômica por conta das oligarquias e sua política arcaica, tem início uma revolução armada encabeçada pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. A faísca para a revolução aconteceu quando São Paulo, através do presidente Washington Luís apoiando seu conterrâneo Júlio Prestes para a sucessão, acaba com a política do café-com-leite, onde a presidência do Brasil era alternada por paulistas e mineiros. A revolução foi vitoriosa e o presidente Washington Luís foi deposto. Júlio Prestes vence as eleições mas não chega a exercer o mandato, pois um golpe de estado coloca Getúlio Vargas no poder, e depois de derrotados todos os focos de resistência, tem início a Era Vargas. A era Vargas Herói ou vilão? Essa talvez seja a pergunta a se fazer sobre Getúlio Vargas e seu governo. Getúlio exerceu o poder como uma espécie de ditador populista e autoritário e foi o responsável pela criação do estado intervencionista e corporativista que persiste até hoje. Mas ganhou grande simpatia do povo colocando na lei os direitos trabalhistas, principalmente o salário mínimo, sendo chamado de “Pai dos Pobres”, criou a carteira de trabalho, as férias remuneradas, a semana de trabalho de 48 horas . Getúlio não pode ser chamado de um homem mal. Se dedicou de forma incansável ao país, investiu muito na área de infraestrutura e criou a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco e também criou o IBGE. Mas é claro que também não podemos, nem de longe, chamá-lo de santo. Com muita habilidade política, Getúlio conseguia agradar à todos, ganhando até outra definição: pai dos pobres e mãe dos ricos. Poucos anos após Getúlio assumir o poder, o então comunista Luís Carlos Prestes volta de Moscou, apoiado por Stalin que lhe cedeu um grupo de terroristas e revolucionários experientes para tramarem e executarem a derrubada de Vargas e fazer a revolução comunista no Brasil. Mas Prestes não foi cuidadoso o bastante e acabou enviando bilhetes de convites de adesão ao golpe até mesmo para pessoas que estavam do lado do governo. Quando chegou o dia do golpe, até mesmo a inglaterra já sabia dos planos comunistas e os conspiradores foram presos antes mesmo de começarem a agir. No dia 9 de março de 1936, a polícia prendeu Prestes e a agente soviética Olga. No ano seguinte, a polícia militar cerca o Congresso e impede a entrada dos congressistas, e durante a noite Getúlio Vargas anuncia uma nova fase política, entrando em vigor uma Carta constitucional, era o início do autoritário e modernizador Estado Novo. O Brasil e a segunda guerra 5 de agosto de 1942 A segunda guerra mundial havia estourado. O Brasil se declara neutro, talvez por motivos econômicos. Os Estados Unidos estavam preocupados com as antigas relações de Vargas com Hitler e Mussolini, a caso o Brasil passasse para o lado do eixo, poderia ser uma grande vantagem estratégica para os nazistas. Mas nesse dia, submarinos alemães começam um ataque e afundam 5 navios mercantes brasileiros. A comoção nacional se tornou uma grande pressão para que o Brasil finalmente tomasse partido abertamente e declarasse guerra contra o eixo. Ainda hoje alguns dizem que essa história está mal contada, e que talvez os navios brasileiros foram afundados pelos americanos, como tentativa de jogar o Brasil contra o eixo. Mas historiadores afirmam que essa teoria não tem fundamentos. A queda de Vargas Pouco depois do fim da guerra, Getúlio Vargas viu grandes forças políticas se posicionarem contra ele, só esperando uma chance para tirá-lo do poder. Foi então que em Gaspar Dutra e Goiás Monteiro cercaram com forças blindadas o palácio Guanabara. Getúlio Vargas renuncia, e é o fim do Estado Novo. Assume o governo Eurico Dutra. Mas nas eleições seguintes, já em em 1951, quem assume a presidência com a maioria dos votos é nada menos que Getúlio Vargas. De volta ao poder, dessa vez sem golpe, Getúlio promove novas mudanças e melhorias, criando também a Petrobrás. Contudo, depois de 3 anos, Getúlio entrava em choque com os interesses de grupos conservadores e até mesmo com o exército. A oposição, coordenada pelo inimigo político Carlos Lacerda, esperava um evento traumático que levasse as forças militares a agirem e deporem o presidente. E esse evento aconteceu em 5 de agosto de 1954, quando um pistoleiro tentou assassinar Carlos Lacerda, mas acabou matando o major da aeronáutica Rubens Vaz, que estava ao seu lado. Esse ato se virou contra Getúlio Vargas. A oposição agora tinha a revoltada opinião pública e a aeronáutica a seu favor. Surgiu um enorme movimento pela renúncia de Getúlio. Foi então que em durante a manhã de 24 de agosto, no palácio do Catete, Getúlio Vargas se mata com um tiro no peito. Em sua carta testamento, Getúlio se posiciona como vítima e acusador de inimigos políticos. Sua carta é encerrada de forma dramática: “Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. O suicídio do presidente deixou claro o apoio popular que Getúlio possuía. Em todas as grandes cidades uma enorme massa de revoltosos saíram às ruas quebrando tudo o que fosse antigetulista, como caminhões do jornal O Globo. Algumas pessoas alegam que Getúlio não cometera suicídio. Ou melhor, que suicidaram ele. Juscelino Kubitschek Em 3 de outubro de 1955 é eleito presidente o médico Juscelino Kubitschek. O novo presidente sobe ao poder numa época muito conturbada. Fora necessário um golpe preventivo das forças armadas, ou seja, um golpe não para depor um presidente, e sim para garantir que ele tomasse posse. Os anos de presidência de JK foram de estabilidade política. Os altos índices de crescimento econômico criaram um otimismo geral. Não só por isso mas também por um grande sonho realizado: a construção de Brasília, os lemas do governo JK foram repercutidos: Desenvolver para sobreviver, Pra cima e pra frente e 50 anos em 5. JK se tornara um exemplo de presidente, um herói político até hoje admirado. O Regime Militar Em 31 de janeiro de 1961, acaba o mandato de JK. Juscelino e Sara Kubitschek saem de brasília para dar lugar ao primeiro presidente eleito a tomar posse no distrito federal, Jânio Quadros, que sem apoio político e se preocupando muito com assuntos pitorescos, acabou renunciando pouco tempo depois de tomar posse. Sobe ao poder seu vice, João Goulart. O governo de Goular ou, Jango como era conhecido, foi marcado pela abertura a movimentos como o estudantil, o operário, organizações populares e trabalhadores começavam a ganhar muito espaço. A preocupação com essa abertura e uma tendência socialista com fortes chances de uma revolução comunista começaram a preocupar os empresários, a igreja católica, os militares e a classe média. A preocupação tomou conta até dos norte-americanos, enroscados na guerra fria e completamente receosos com uma expansão comunista. Todas essas preocupações levaram o país à uma crise política que parecia beirar uma revolução. E em 31 de março de 1964 tropas mineiras e paulistas saem às ruas. Jango foge para o Uruguai e os militares tomam o poder. Em 9 de abril é decretado o Ato Institucional númer 1, ou o AI-1, onde políticos opositores perdem o mandato e os servidores públicos perdem a estabilidade. Era o início do Regime Militar. O general Castello Branco é eleito presidente da república pelo voto indireto, ou seja, do congresso. Prometendo defender a democracia, logo se mostrou autoritário. Dissolveu os partidos políticos, interferiu nos sindicados e cidadãos perderam seus direitos políticos e constitucionais. Só foram permitidos dois partidos políticos, a Aliança Renovadora Nacional, ou ARENA, dos militares e o Movimento Democrático Brasileiro, que representava a oposição, mas era envolto pelos tentáculos do governo. Em 1967 é a vez de Arthur da Costa e Silva assumir a presidência pelo voto indireto. Greves, protestos e manifestos marcaram seu governo. Movimentos de guerrilha começaram a se formar com os idealistas de esquerda. Assaltos a bancos, sequestros e atentados foram fizeram parte desses movimentos. Ameaçado por essa onda comunista, o regime decreta então o terrível Ato Institucional Número 5, ou o AI-5. Dentre várias outras duras medidas, estava o aumento da repressão policial e militar. Costa e Silva adoeceu e governo passou para uma junta militar composta de um membro do exército, outro da marinha e outro da aeronáutica. Os grupos de esquerda MR-8 e ALN sequestram o embaixador dos Estados Unidos. Após essa afronta o governo decreta a Lei de Segurança Nacional, que promove o exílio e a pena de morte para casos como esse. No final de 69 o líder da ALN é morto pelas forças de repressão. A junta militar escolhe então o novo presidente e sobe ao poder Emílio Garrastazu Medici. Apelidado de Emílio Carrasco-Azul Medice, foi considerado o mais repressivo, e seu governo foi chamado de “Anos de Chumbo”. A censura toma sua mais terrível forma e age sobre jornais, revistas, filmes, peças de teatro, música e qualquer outra forma de expressão artística. Professores, políticos, artistas e diversas outras pessoas foram investigadas, presas e torturadas. Espiões do governo estavam infiltrados nas escolas, universidades, peças de teatro e as pessoas tinham medo de falar de política até em bares e restaurantes. A guerrilha rural ganha força mas começa ser esmagada pelos militares. Contudo, na área econômica acontece o que é chamado de Milagre Econômico. E economia crescia rapidamente, o PIB subia a 12% ao ano. Com investimentos na infraestrutura, milhões de empregos foram gerados e obras como a transamazônica e a ponte Rio-Niterói mostravam o avanço. Mas do outro lado da moeda, a dívida externa crescia na mesma proporção. Em 1974 sobe ao poder o general Ernesto Geisel, que acaba com o AI-5 e inicia o processo de redemocratização. Ele investe em uma abertura política lenta e segura. O processo da transição para a democracia é acelerado com a vitória do MDB. Assume a presidência o general João Batista Figueiredo, que decreta a lei da anistia que permitia o retorno ao Brasil de políticos e demais exilados e condenados pela ditadura. Apesar desse processo, vários militares mais tradicionalistas continuam com atentados a bomba e assassinatos. Vários partidos foram permitidos à voltar à ativa. Com o caminho já traçado e as portas abertas, finalmente, em 1984, milhões de brasileiros participam do movimento Diretas Já. Mas a emenda que permitiria o voto direto não foi aprovado pela câmara dos deputados. Mas no ano seguinte o colégio eleitoral elege Tancredo Neves como presidente da república. Mas Tancredo adoece e morre antes de assumir o poder, o que faz com que seu vice, José Sarney assuma o cargo. Era o fim do regime militar. Em 1988 uma nova constituição é aprovada eliminando todas as medidas e mudanças feitas pela ditadura. E o país finalmente se tornava democrático. Epitáfio Quando olhamos a história como um todo, numa viagem breve e superficial, é muito fácil julgarmos e definirmos os vilões e os heróis. Os militares e os comunistas tiveram seus monstros e suas monstruosidades, e ainda bem que nem um nem outro prevalesceu. Os monarquistas e os republicanos também tiveram seus vilões. E até mesmo voltando lá no descobrimento: índios, portugueses, escravos negros e brancos… Todos possuíram seus vilões, que erraram, que gostaríamos de esquecer. Nosso país hoje ainda vive com vários fantasmas do passado. Vesquícios dos terríveis erros da ditadura e de governos anteriores, vesquícios dos erros até mesmo dos que lutaram contra a ditadura. Todos erraram, mas o bem prevalesceu. E hoje precisamos nos livrarmos desses fantasmas. Entendermos que não há mais motivo para se ter medo de exigir nossos direitos, pois nós os temos, muitas vezes não são cumpridos pois se aproveitam desse fantasma que ainda impede muita gente de gritar, de reclamar de exigir o que é seu. Os políticos são os funcionários do povo. Mas como a história no mostra, tudo faz parte de um processo, por vezes lento, mas que no final gerará resultados, mesmo que obstáculos surjam no caminho. E assim espero. Senhoras e senhores, me foi uma honra compartilhar essas quase 2 horas da trilogia sobre o Brasil com vocês. Agradeço imensamente à todos os comentários, a audiência e o imenso carinho. E lembrem-se: O Brasil é multicultural, é rico, é cheio de recursos e possibilidades. O Brasil é índio, é alemão, é português, é italiano é árabe, japonês… tudo isso torna o brasil numa nação diversificada, cheia de belos horizontes, de boas perspectivas e de esperança. Éum país em busca da ordem e do progresso. Um grande abraço, e fiquem em paz Adendo Vemos a burocracia e a politicagem utilizarem os mesmos artifícios que já causaram muita coisa ruim nesse país e ninguém fala nada, ninguém sai às ruas, ninguém exige a honestidade e o bom uso do dinheiro público, o nosso dinheiro. Movimentos de esquerda só saem as ruas para defender os assuntos de esquerda. Onde está o estardalhaço e as exigências por segurança, por educação decente e imparcial? Já disse uma vez e repito: os políticos são funcionários do povo, e o povo deve tratá-los como tal. Temos mais cuidado em checar as referências de um candidato a gerente para nossa empresa ou uma empregada doméstica para nossa casa do que para o Presidente da República, dos deputados, dos vereadores. Não ganhamos apenas o direito ao voto, ganhamos também a obrigação. Isso é democracia? Incentivo à votar contrariado para se livrar logo daquela fila fatídica? Senhoras e senhores, educação imparcial e de qualidade, saúde, segurança e prosperidade. Princípios básicos, cuja falta dos mesmos é a raiz para quase todo o mal, que deveriam ser a prioridade de qualquer idiota que suba ao poder, acabam cedendo lugar aos jogos políticos, ao lobby, aos fantasmas do passado. Mas estamos mudando. Aos poucos vejo surgir no horizonte a verdadeira democracia, o povo se preparando, se conscientizando. Será? #Brasil #História #Primeiratemporada

  • Amor

    O veneno, a história, a mitologia e a poesia. Algumas visões sobre o amor. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio De todas as tentativas de explicação, somente uma me convenceu. Soneto 116, de William Shakespeare: De almas sinceras a união sincera Nada há que impeça. Amor não é amor Se quando encontra obstáculos se altera Ou se vacila ao mínimo temor. Amor é um marco eterno, dominante, Que encara a tempestade com bravura; É astro que norteia a vela errante Cujo valor se ignora, lá na altura. Amor não teme o tempo, muito embora Seu alfanje não poupe a mocidade; Amor não se transforma de hora em hora, Antes se afirma, para a eternidade. Se isto é falso, e que é falso alguém provou, Eu não sou poeta, e ninguém jamais amou. Tempo de amar Entendo o amor como um ser à parte. Um animal que reside dentro de nós. Dono de seus próprios desejos e que, quando alimentado, é capaz de nos dominar completamente, tomando o controle de nossos corpos e de nossas vidas. Por isso, não enxergo o amor como muitos pregam: Aquela coisa bonita, pura e perfeita. O amor é um complexo de sentimentos, defeitos e qualidades. Essas características, quando estimuladas, se tornam gigantes, potentes e, muitas vezes, terríveis. Só quem ama é capaz de sentir a alegria extrema, a paixão extrema, mas também, muitas vezes, o ódio infernal que queima todas as artérias e torce todos os músculos. O amor é essa criatura. Quando recebe afagos se torna feliz, quando é ignorada se sente triste e quando é ferida, pode se tornar uma besta apocalíptica. O amor é amplo, abrangente, muitas vezes paradoxal. Mas é sincero, impulsivo e selvagem. O amor é a única forma de sentir a plenitude da vida. Mas, por trás de qualquer explicação minha ou de outros, por trás de qualquer definição científica ou esotérica, sempre haverá o mistério, pois, acima de tudo, isso é o amor: Um monte de reações físicas e químicas, mas que se resumem num eterno mistério de nossa existência. Eros e Psique Sempre que o assunto é o amor, me recordo do mito de Eros e Psique. Psique era uma jovem mortal que, de tão bela, começou a ser cultuada como deusa. Tal circunstância acabou despertando a ira de Afrodite, deusa do amor e da beleza, pois seus adoradores deixavam de ir aos seus templos para adorar Psique. Em resposta, Afrodite delega a seu filho Eros, deus do amor, a tarefa de punir Psique. Armado com arco e flechas envenenadas, Eros invade o quarto de Psique durante a noite e a encontra dormindo. Ao se aproximar, ele olha para ela e se apaixona subitamente, decidindo por conta não matá-la. Furiosa pelo plano frustrado, Afrodite lança uma maldição determinando que Psique jamais se casasse. Assim, apesar de toda beleza e adoração, ela ficou solitária, uma vez que nenhum homem se aproximava dela. O pai de Psique fica preocupado e vai ao Oráculo. Mas esse, já instruído pelo apaixonado Eros, diz ao pai que os deuses ordenavam que Psique fosse largada sozinha, vestida de luto no alto de uma montanha. Triste, o pai obedece. Psique, solitária na montanha, achou que aquele seria o seu fim. Contudo, o vento a pegou nos braços e levou-a para um enorme palácio onde lhe fora dito que ali ela se casaria. Durante a noite Eros foi visitá-la em seu novo quarto. Usando um capuz, ele informou que só casaria se ela concordasse em jamais ver o rosto dele. Eros fez isso para manter o casamento em segredo de sua mãe. Psique viveu dias maravilhosos e amava seu misterioso marido e seu casamento. Contudo, as irmãs de Psique, com inveja, disseram-na que talvez o marido fosse um monstro, por isso escondia o rosto. Insistiram que ela deveria, durante a noite, levar um punhal, uma vela e tirar o capuz do marido. Se ele realmente fosse um monstro, ela deveria apunhalá-lo. Convencida pelas irmãs, Psique resolve fazer o que elas sugeriram. À noite, armada com o punhal e iluminando com a vela, ela tira o capuz de Eros durante o sono e se admira, apaixonando-se ainda mais. Ela observa o marido, um ser extremamente belo. Sem notar, uma gota de cera cai no peito de Eros, acordando-o. Enlouquecido pela traição, ele foge gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança! Psique desmaia e quando acorda na manhã seguinte, tudo havia sumido, até o palácio. Desde então, Psique passou a vagar triste e solitária em busca de seu marido. Seu arrependimento, a fez tentar se afogar no rio, mas o rio a jogou para fora. Uma divindade, então, aconselhou a Psique que fosse conversar com Afrodite. Que pedisse a ela para intervir na reconciliação. Ao chegar no palácio, Psique informou suas intenções à Afrodite. A deusa deu uma gargalhada e disse à bela jovem que para reconquistar o amor de Eros, ela teria de passar por quatro provas: Entrar em uma sala repleta de grãos variados e separá-los até o final do dia; em seguida, deveria buscar um punhado de lã de ouro de ovelhas ferozes e violentas; depois encher um vaso de cristal com a água negra de uma cascata localizada na mais alta montanha; e por fim, descer no inferno e buscar um pote contendo a poção da beleza. Embora as provas fossem praticamente impossíveis, Psique, depois de muito custo, com ajuda de animais e divindades, consegue cumprir todas. Porém, logo após ter conseguido o pote com a poção da beleza, antes de levá-lo à Afrodite, ela resolve pegar um pouco para si, na esperança de ficar ainda mais bela e Eros se apaixonar novamente por ela. Ao abrir o pote, de lá, sai o sono profundo, que faz Psique cair adormecida e assim, ficar para sempre. Esse seria o fim de Psique, mas seu amor sempre fora correspondido. Eros a amava. Desesperado com a situação, ele pede a Zeus que impeça Afrodite de continuar com a perseguição. Zeus, então, reúne todos os deuses para uma assembleia. De tal forma, eles decidem que Eros deve se casar com Psique e, por razão, morarem juntos no Olimpo. Afrodite concorda com a decisão, pois assim, Psique deixaria a terra e os homens voltariam a adorar a deusa da beleza. Eros vai até a adormecida Psique e a desperta com a ponta de uma de suas flechas e os dois se casam. Eros também é conhecido no panteão romano como Cupido. O que é amor Na Wikipedia ele é definido da seguinte forma: A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a sua manutenção e motivação. No dicionário Priberam da língua portuguesa, as definições são: 1. Sentimento que induz a obter ou a conservar a pessoa ou a coisa pela qual se sente afeição ou atração; 2. Paixão atrativa entre duas pessoas; 3. Afeição forte por outra pessoa; 4. Ato sexual; 5. Brandura, suavidade; 6. Paixão ou grande entusiasmo por algo. Muito científico não? Talvez seja por isso que a poesia, os livros, a arte e a música foram os que mais chegaram perto, não digo da verdade, mas daquilo que realmente sentimos. That’s Amore Quando a lua atinge o seu olho, como se fosse uma enorme pizza, isso é amor. Quando o mundo parece brilhar, como se você tivesse bebido vinho demais, isso é amor. Os sinos vão tocar, você vai cantar “Que vida bela”, seu coração vai bater como se fosse uma alegre tarantella. Quando as estrelas fazem você babar como um macarrão, isso é amor. Quando você dança na rua com uma nuvem em seus pés, você está apaixonado. Quando você entra em um sonho, mas você sabe que não está sonhando, me desculpe, mas isso é amor! O fim do amor E quando o amor acaba? Mas ele acaba? Nunca. Na minha humilde opinião, amor que acaba é o amor que nunca existiu. Mesmo os casais que se separam, podem estar se odiando, mas o amor continua. Aqueles que realmente amam, vão levar esse amor até a morte, juntos ou separados. É por isso que o mundo está cheio de profissionais especialistas nisso ou naquilo. Terapia de casal, artigos em revistas e várias outras tentativas de explicar o inexplicável. Isso só serve para provar que quem precisa disso é quem não ama e que quem não ama, não tem nenhum motivo para precisar disso. Afinal, pra quê? Bem, talvez para tentar começar a amar. Mas uma coisa é certa: esse bicho chamado amor também serve como um amplificador orgânico. Se a pessoa é ciumenta, quando ama pode ter seu ciúme ampliado ao ponto de matar por isso. O amor pode ser uma dádiva, pode ser uma doença, mas pode ser também uma cura. E o amor também pode se inundar com o mais profundo ódio. A traição, muitas vezes, é o principal motivo. Ser traído por qualquer pessoa causa a frustração e o desprezo. Mas quando se é traído pela pessoa que se ama, de acordo com psiquiatras, o que pode surgir inicialmente é um choque, todo um sentimento de fracasso, de tristeza profunda e depressão. Mas todos esses sentimentos só preparam as pessoas traídas para o que vem a seguir, quando a razão começa a conversar com o coração. Aí surge o maior ódio já conhecido: O ódio de quem ama. E as trevas tomam conta do corpo e da alma da pessoa… a vingança se torna a lei. Por isso, digo que não há pessoa nesse mundo que consiga ou que um dia conseguirá explicar o amor. Pode-se chamar várias coisas de amor e, por isso, esses amores acabam, ou são doentios, ou seja lá o que for. Traição A traição sempre foi considerada por muitos o pior ato que um ser humano pode cometer. Tanto que até pouco tempo atrás no Brasil, a traição conjugal era crime. Na época do velho testamento, adúlteras eram apedrejadas, mas apesar de tudo, sempre houve o lado machista onde a pena para os homens adúlteros era mais branda ou nula. E não devemos nos conter só no lado conjugal. A traição no mundo sempre foi vista como um dos atos mais graves e covardes em qualquer contexto. Na maioria dos países, trair a pátria é um crime capital, cujo infrator é executado ou condenado à prisão perpétua. E o fator traição é tão agravante no julgamento que, por exemplo, se um espião estrangeiro for descoberto e preso na Inglaterra, ele pode receber uma pena de 14 anos de prisão. Ao mesmo tempo, se for um inglês espionando a Inglaterra para um país estrangeiro, ele provavelmente receberá prisão perpétua. Isso porque, além de espião, ele também é julgado traidor. A traição também está presente como covardia e monstruosidade na maioria das mitologias, inclusive na cristã, com Judas Iscariotes e seu famoso beijo. Mas ela também esteve presente moldando nossa história. No Brasil, o mais conhecido caso de traição é o de Silvério dos Reis,português, que, para quitar suas dívidas com a coroa, entregou Tiradentese todos os planos da inconfidência mineira. Tiradentes fora enforcado e esquartejado. Nos Estados Unidos, Aldrich Ames, espião da CIA, se vendeu para a KGB e passou 15 anos vendendo informações e entregando nomes de informantes. Foi condenado à prisão perpétua. E finalmente, na antiguidade, apesar de ainda ser um mistério a sua veracidade histórica, a lendária guerra de Tróia, contada por Homero, teve seu início devido à uma traição conjugal. Helena, esposa do grego Menelau, o trai com Páris, um príncipe troiano, e vai com ele secretamente para Tróia. Menelau reúne então todos os exércitos de todos os reis Gregos e parte com seus navios para guerrear durante 10 anos até que, finalmente, derruba Tróia. A beleza do amor O amor é muito mais que isso. Apresentei tudo isso apenas para mostrar o poder do amor. Quem ama pode sofrer muito mais e de formas mais trágicas do que quem nunca amou. Mas quem ama, vive momentos gloriosos, alegrias plenas e sensações maravilhosas que, só quem já amou, sabe. Porém, não encaremos tudo isso focando somente nos nossos conjugues. O amor se espalha por todas as áreas de nossas vidas e por isso devemos cultivá-lo. Sim, o amor não surge, ele é cultivado, é fecundado… Até nascer. Até nascer aquele bicho tão misterioso e mágico. Portanto, independente do que possa vir a acontecer, permita-se amar. Distribua seu amor, deixe-se amar por seus familiares, amigos, namorados, namoradas, maridos, esposas, bichos de estimação e acima de tudo, você mesmo. Ame-se como o que você realmente é: a única pessoa nesse mundo que sempre estará ao seu lado, desde seu nascimento, até sua morte. Mas deixemos de lado toda a baboseira de esotéricos e de autoajuda. Nunca viveremos somente do amor. Tenha raiva de vez em quando. Faz bem, acredite. Só sabemos o que é bom porque existem coisas ruins e necessárias. O amor não tem definição. Portanto, não leve tão a sério tudo o que foi dito aqui, não leve tão a sério nenhuma regra, nenhuma explicação ou sugestão. Fique longe da autoajuda, pois, se é autoajuda, você não precisa de ninguém dizendo o que fazer. Os melhores psicólogos, os melhores terapeutas, os melhores professores são a família, os amigos e qualquer um que faça você refletir e se sentir bem. E não se esqueça de adotar aquilo que só uma palavra feia pode representar: O grande e sábio FODA-SE! Ame, odeie moderada e temporariamente, sorria, chore… Enfim, viva. Viva sem se bloquear, sem se limitar. Viva plenamente, ou faça o que quiser — ame o mundo, pois é o único que você tem, e se achar que os outros estão deixando ele ruim, você vai ser a primeira pessoa a tentar melhorar. E chega de clichês. #Mitologia #Poesia #Primeiratemporada

  • Danúbio

    A fantástica história que segue o curso de um rio Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Na escuridão do subterrâneo, cercada por trevas e solidão, a água começa a subir. Seu caminho é caótico, porém, calmo. Ela sobe, sobe, sobe… E finalmente é expulsa das trevas. Pelo bosque, começa a descer com o nome de Brigach. Essa água, então, se encontra com outro rio, de nome Breg. A partir dali, no meio da Floresta Negra, se tornam um só fluxo. Um só rio. Floresta Negra Nascente do Rio Danúbio na Floresta Negra A Floresta Negra é cenário de grande parte das antigas histórias infantis, como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e inúmeros contos. Foi palco também de terríveis batalhas, como a de Schellenberg, onde mais de 30.000 homens lutaram durante a Guerra da Sucessão Espanhola. Mas nada disso importa para água que, depois do encontro do rio Brigach e Breg, aumenta seu volume, começando a seguir, com sua majestosa dança, o rio Danúbio. Viena Rio Danúbio em Viena Depois de deixar a Alemanha, o Danúbio entra na Áustria e passa por Viena, terra de grandes compositores, escritores e artistas. Como Johann Strauss, compositor do Danúbio Azul — música que você ouve agora e retrata todo o curso do rio — e Freud, o pai da psicanálise. Foi também ali que o destino da Europa quase mudou por completo. Em 1683 na Batalha de Viena, o exército de 90.000 homens do Império Otomano, tido até então como imbatível, fora derrotado, o que impediu seu avanço pela Europa. Mas a água não para e o rio continua a correr… Eslováquia Eslováquia — Rio Danúbio em Bratislava — Photo by: Miroslav Petrasko O rio passa pelo sul da Eslováquia, país que teve sua história moldada pelas guerras e crises vizinhas e marcado por unificações e separações. Junto com a hoje República Tcheca, era um só país chamado Tchecoslováquia. Mas com o fim do regime comunista, em 1989, o país se dividiu formando a república Tcheca e a Eslováquia. Budapeste Ponte Széchenyi Chain sobre o Danúbio em Budapeste — Photo by Alvaro Cruzando a Hungria de norte a sul, o Danúbio chega a Budapeste. A Hungria teve suas origens na colonização de Roma Antiga, com a fundação de Aquincun, cidade que mais tarde veio a se chamar Ôbuda. Do outro lado do Danúbio, cresceu uma outra cidade que foi chamada de Peste. Mais tarde os Magiares, povo vindo do oriente, ocuparam a região e fundaram o Reino da Hungria, e nas margens do rio, criaram outra cidade chamada Buda, que se tornou a capital da Hungria. A região foi ainda invadida pelos Otomanos e também enfrentou revoluções até que finalmente as cidades de Ôbuda, Buda e a cidade de Peste foram fundidas, formando Budapeste, que se tornou a capital da Hungria. Mas o Danúbio continua sua dança e segue seu caminho, entrando na Sérvia e passando por Belgrado Belgrado Danúbio em Belgrado — Photo by Xaf Belgrado era uma região povoada pelos celtas que em seguida foi ocupada pelos romanos. Posteriormente também, foi alvo do império Otomano que invadiu e destruiu a cidade. No total, ao longo da história, belgrado foi invadida, ocupada e destruída por mais de 40 exércitos, sendo que teve que ser reconstruída das cinzas aproximadamente 38 vezes. O último ataque a cidade aconteceu durante a Guerra do Kosovo, pelas forças da OTAN. Essa guerra, que criou milhares de refugiados e abalou a sociedade Sérvia, teve início quando o Exército de Libertação do Kosovo, formado por integrantes de origem albanesa, iniciou uma guerrilha objetivando a independência da região. Mas o Danúbio não para e continua sua viagem… Romênia Romênia — Escultura do Rei Decébalo no Danúbio — Photo by: Byron Howes A água passa pela Romênia, lugar onde se encontra a Transilvânia e terra que ficou famosa por um de seus governantes passados, Vlad III, o empalador. Vlad era conhecido pelos seus atos de crueldade e sadismo contra os inimigos. Também chamado de Dracule (filho do dragão), foi a inspiração de Bram Stocker para criar o Conde Drácula. Bulgária Antiga foto do Danúbio na Bulgaria Em seguida o Danúbio chega à Bulgária, país que, no passado, guerreou contra o Império Bizantino, lutando por sua existência, mas que, no fim não resistiu — como boa parte de seus vizinhos — ao Império Otomano. E saindo da Bulgária, o Danúbio encontra seu descanso, chegando ao Mar Negro. Mapa do curso do Danúbio O Império Otomano e o Danúbio Mas qual a história desse império que varreu e dominou várias cidades e países ao longo no Danúbio? O Império Otomano foi um poderoso império islâmico que existiu entre os anos 1299 e 1922, se tornando o único com poderio para desafiar a poderosa Europa Ocidental. Seu perigoso avanço chegou até as portas de Viena, quando o exército otomano foi finalmente derrotado. Seu declínio começou no Século XIX e sua queda se deu após a derrota na primeira guerra mundial. Suas terras foram divididas e o império se tornou uma república, que conhecemos hoje como Turquia. O Danúbio é o segundo rio mais longo da Europa e tem aproximadamente 2.880 km de extensão. Fez parte de muitas passagens importantes da história da humanidade e inspirou muitos poetas e músicos. #História #Primeiratemporada #Rio

  • SeeAdler, o Corsário

    Bem vindo à bordo do pior navio da frota alemã Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) 9 de janeiro 1917 A caminho de Buenos Aires, levando uma enorme quantidade de carvão, o cargueiro britânico Gladys Royal viu se aproximar um simples e velho veleiro mercante norueguês. Mesmo durante a 1ª grande guerra na Europa, o Oceano Atlântico continuava relativamente seguro para os ingleses navegarem, ainda mais com o bloqueio no Mar do Norte, levantado por eles, para evitar o acesso dos alemães. Quando estavam prestes a se emparelhar, a tripulação do Gladys Royal entrou em desespero ao ver a bandeira norueguesa baixar e em seu lugar, subir a bandeira do Império Alemão. Já era tarde demais. Antes que pudessem enviar uma mensagem de rádio, eles foram atingidos por disparos de canhões. Os homens do veleiro invadiram o convés e aprisionaram todos os britânicos que, ao serem levados à bordo do veleiro, talvez tenham até escutado o sorridente comandante dizer: “Senhores, bem vindos a bordo do Seeadler, o pior navio da frota imperial alemã”. O Seeadler 1916, alguns meses antes. O Império Alemão conclui que a única maneira de derrotar os ingleses, seria cortando suas rotas comerciais no Atlântico. Porém, o bloqueio no mar do norte impedia a execução de qualquer plano. Era preciso romper o bloqueio. Nesse sentido, eles perceberam uma carta na manga. O veleiro Pass of Balmaha, construído em Glasgow e capturado pelos alemães em 1915, era uma embarcação frágil, de aparência inofensiva — e quase grotesca — ao ser comparada com os navios de guerra. Mas acima de qualquer suspeita, era um veleiro mercante. Então, só precisavam transformar esse veleiro em um legítimo navio aliado dos ingleses ou, pelo menos, neutro. Resolveram disfarçá-lo de navio norueguês. SMS Seeadler com as velas recolhidas As obras começaram e o navio fora completamente adaptado. Instalaram motores auxiliares, dois poderosos canhões que podiam rapidamente ser ocultados ou usados através de plataformas deslizantes, várias passagens e compartimentos secretos e até mesmo celas para prisioneiros. Havia uma plataforma para os oficiais, que, pressionando somente um botão, ocultava todos eles abaixo do convés, possibilitando uma retomada surpresa caso o inimigo conseguisse dominar o navio. O veleiro continuara com a aparência frágil e inofensiva, mas apertando botões e puxando alavancas, se transformava, em questão de segundos, num mortal navio corsário, batizado de Seeadler, que significa Águia do Mar em alemão. Contudo, precisavam disfarça-lo de um legítimo veleiro mercante norueguês: assim, atribuíram uma tripulação de 57 homens e 6 oficiais, todos falando fluentemente norueguês, sob o comando do Conde Felix Von Luckner, apelidado posteriormente de “O Diabo do Mar”. Roubo de identidade Conde Felix Graf Von Luckner O comandante Felix Von Luckner, bem humorado e um excelente oficial, foi um condecorado herói de guerra. Para deixar seu navio acima de qualquer suspeita, viajou secretamente até a Noruega, onde procurou por um veleiro com as mesmas características do Seeadler. A busca terminou quando ele finalmente viu um veleiro no porto de Copenhague, exatamente igual ao seu. Ele estudou todos os detalhes da embarcação, que se chamava Maletta. Conseguiu até mesmo roubar o diário de bordo. Quando voltou para a Alemanha, falsificou documentos para o Seeadler e seus tripulantes. Espalhou fotos de cidades conhecidas da Noruega entre os pertences dos tripulantes, pregou retratos do rei e da rainha noruegueses e forjou cartas escritas em norueguês como se fossem as que a tripulação recebia dos parentes. Seus cuidados com os mínimos detalhes foram tantos, que colocou em sua cabine até mesmo uma falsa carta de um oficial britânico alertando sobre os corsários alemães. O See Adler se transformava a cada detalhe no veleiro mercante Maletta. Os tripulantes e oficiais receberam roupas surradas e velhas com etiquetas norueguesas. Um marinheiro de nome Hugo Schmidt, se vestiria e se maquiaria como mulher para representar a esposa do comandante caso o falso Malleta fosse abordado. E finalmente, o comandante Von Luckner passaria a ser chamado de comandante Knudsen. Estava tudo preparado para um dos maiores embustes militares das guerras modernas. Começa a viagem Em dezembro de 1916, o Seeadler, ou melhor, o Maletta, finalmente zarpa. No dia 23 de dezembro, os falsos noruegueses conseguiram atravessar, sem qualquer problema, o bloqueio inglês. Um pouco mais adiante, enfrentaram um furacão, mas conseguiram se esquivar. O caminho parecia livre para o corsário iniciar seus ataques, mas quando chegaram ao sul da Islândia, foram abordados por um grupo de inspeção britânico. Os ingleses subiram a bordo do Seeadler e vistoriaram todo o navio. Devido à grande engenhosidade com a qual os compartimentos secretos e armas foram mascarados, eles nem sequer perceberam que boa parte do navio estava inacessível, dando a impressão de terem vistoriado o veleiro por completo. Não tinha como duvidar, aquele era definitivamente um navio mercante norueguês sem qualquer suspeita. Os britânicos, então, deram passagem para aquele que seria um de seus maiores pesadelos. O primeiro ataque No dia 9 de janeiro, a tripulação do Seeadler avistou sua primeira vítima: um cargueiro a vapor que transportava uma grande quantidade de carvão, com destino à Buenos aires. Ao se aproximarem, puderam ler o nome Gladys Royal. A tripulação do Gladys Royal, não dera muita importância para aquele velho veleiro norueguês que desajeitadamente começava a se emparelhar com eles, e pensaram provavelmente se tratar, nada mais, do que troca de mensagens, avisos ou produtos entre os marinheiros. Mas a bandeira norueguesa deu lugar a bandeira imperial alemã. Em seguida dois tiros de canhões inutilizaram o cargueiro e em poucos minutos a tripulação britânica já estava rendida. Quando escureceu, o comandante Von Luckner deu ordem para afundar o navio britânico, apagando qualquer vestígio do ataque. Os 26 tripulantes do Gladys Royal foram trancafiados nas celas secretas. Mais ataques e o dia a dia Na manhã seguinte, o Seeadler iniciou novamente a caçada e rapidamente encontrou outro cargueiro britânico chamado Lundy Island. A tripulação fora surpreendida da mesma forma que a do Gladys Royal, sem ter tempo sequer para gritar. O navio fora afundado e o número de prisioneiros nas celas do Seeadler se elevara para 50. O quantidade de prisioneiros aumentava cada dia mais. Em dois meses o Seeadler capturou e afundou mais de 10 navios britânicos. Os prisioneiros eram tratados com muita cortesia e conforto. Os oficiais inimigos tinham permissão para andarem livres pelo navio e o comandante Von Luckner, vez ou outra, brindava à saúde deles e oferecia champagne. Conta-se que, em algumas noites, houve até mesmo festas no navio, onde alguns dos inimigos foram convidados a participar. Navio francês vítima do Seeadler Mas chegou o dia que as celas ficaram lotadas e não tinha como o Seeadler alojar mais homens. O comandante, então, decidiu transferir os prisioneiros para um veleiro francês e como era de se esperar, algum tempo depois, a marinha inglesa fora alertada e enviou vários cruzadores para encontrar e destruir o Seeadler. Mas tudo em vão. O veleiro corsário continuou a afundar navios no Atlântico e em seguida no Pacífico. O fim da águia do mar Em agosto de 1917, o Seeadler atracou na ilha Mopeha para abastecer. O que aconteceu lá foi realmente irônico. O comandante e toda a tripulação do veleiro que afundou vários navios inimigos e se esquivou de vários cruzadores ingleses, se encontrava em terra, quando, certa hora, não puderam acreditar no que viram: uma enorme onda que havia se formado, avançou até empurrar o Seeadler contra um recife, destruindo-o completamente. O comandante Von Luckner não se deu por vencido e rapidamente reuniu 5 homens para ir junto com ele. Usando somente um bote a motor, procuraram algum outro navio ao qual pudessem dominar e continuar sua viagem. Mas depois de penosos dias, foram capturados por um a vapor britânico perto das ilhas Fiji. O mistério O final dessa história foi contado por Von Luckner. No entanto, o que realmente aconteceu na ilha Mopeha se tornou um mistério. Alguns dos prisioneiros americanos que estavam presentes no dia, afirmaram que não houve nenhuma onda gigante. Nesse caso, algo muito estranho e obscuro deve ter acontecido, pois a versão da onda gigante só foi defendida pela tripulação do Seeadler. Um dos prisioneiros afirmou que a causa foi devido à uma tentativa da tripulação explodir a base dos mastros para derrubá-los, diminuindo assim, a possibilidade de serem vistos pelos britânicos de uma distância maior, mas que a explosão fora mal calculada e o navio destruído. Outra teoria que se popularizou em um documentário para a televisão, foi a de que o Seeadler fora vítima de uma manobra ordenada pelo terceiro tenente, que estava a bordo do navio, enquanto quase toda a tripulação e o comandante estavam fazendo um piquenique na ilha junto aos capitães prisioneiros. O terceiro tenente dera uma ordem errada quando percebeu que o veleiro estava se aproximando demais do recife e, quando percebeu o erro, era tarde demais para corrigir e o navio foi com mais força de encontro ao recife. Esse erro certamente levaria o terceiro tenente para a corte marcial, onde seria fuzilado. E para evitar isso, o comandante Von Luckner inventou a história da onda gigante. Von Luckner com sua segunda esposa em 1938 De uma forma ou de outra, o comandante Von Luckner fora admirado e respeitado tanto pelos seus compatriotas como pelos ingleses, se tornando um lendário diabo do mar. O saldo final de suas aventuras no Seeadler foram de 16 navios britânicos afundados no atlântico e 3 navios americanos no pacífico e, com exceção de um prisioneiro que adoeceu, nenhum homem fora morto nos ataques. #Guerra #História #Mar #Primeiratemporada

  • Em busca de um herói

    A busca do homem por deuses e demônios Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio Um antigo poema épico narra a história de Beowulf. Um herói escandinavo que viajou até o reino do rei Hrothgar a destino de salvá-los de um terrível monstro. O filme de 2007, do diretor Robert Zemeckis, se baseou na lenda e propôs uma perspectiva adiante, dizendo que o monstro, de certa forma, fora criado pelos próprios humanos e que agora eles rezavam por um herói a fim de salvá-los do maligno monstro, ou porque não, da própria cria. Hoje, talvez, tenhamos criado monstros demais. Hoje, talvez, estejamos rezando por um herói. O mundo corrupto O mundo se encontra em um silencioso caos. A sociedade se tornou uma bolha, um inchaço sob a pele que poderá a qualquer momento explodir ou simplesmente se degradar e diminuir até que não exista mais. De uma forma ou de outra, nos sentimos, em graus e intensidades diferentes, de mãos atadas, prisioneiros, produtos de uma fabricação em série. Vemos nossa segurança e estabilidade nas mãos de políticos corruptos, vermes imunes às leis e punições. Somos banhados em violência e maldade. Vivemos num estado onde moramos em prisões mais fechadas que as próprias penitenciarias. Assistimos, sem reação, a toda burocracia e leis morais que impossibilitam qualquer sentido de justiça ou igualdade. E o pior: somos rotulados no sistema como iguais. Somos iguais aos bandidos, aos assassinos, aos estupradores e aos pedófilos. Eis então, que uma pessoa, até então honesta, rouba uma galinha em nome do desespero da fome e se torna companheiro de cela de assassinos cruéis. Vemos os políticos ganharem salários e benefícios que, em um ano, somam o que um pobre trabalhador não ganhará em sua vida inteira. E mesmo assim, como se fosse pouco, muitos políticos ainda roubam. O abismo social é globalizado. Um continente vive na miséria mesmo sabendo do fato que somente 3% de todo o dinheiro gasto no mundo com armas seria o suficiente para colocar todas as crianças nas escolas. Detalhe: Com saúde. Não temos a quem recorrer, tudo necessita de burocracia… De democracia. E essa última, não costuma funcionar em países onde o povo miserável vota sem ao menos saber no que votou, ou em quem votou. Esse mesmo povo calado é o culpado da falência da democracia. E assim, cria-se um círculo vicioso. O que nos resta? Rezar? Protestar? Assistir tudo passivos e impotentes? Talvez um herói devesse surgir. Surge um herói Avistaríamos sua embarcação surgindo através dos mares. Nosso herói chegaria sustentado pelo seu passado glorioso e sua coragem inexplicável. Iria até aos líderes corruptos que, até então, eram intocáveis, os pegaria pelo pescoço e os jogaria para fora de nossas terras. Instituiria justiça e prosperidade. Destruiria todo sistema burocrático e imporia o respeito para que ninguém ousasse roubar ou se corromper. Em menos de um ano não existiria mais pobreza, todos teriam as mesmas oportunidades de enriquecer e a vida seria bela. Um herói. Realmente é o que precisamos. Esse herói seria o ser humano perfeito. Talvez até mais. Ele seria o único com força e coragem para mudar tudo. Conseguiria ver a verdade mesmo diante da mais convincente mentira. Passaria por cima de toda burocracia. Jogaria nas celas qualquer assassino ou político corrupto sem precisar sequer de julgamento. Ele salvaria os bons e destruiria os maus. Nada poderia impedi-lo de fazer o bem e jamais deixar que qualquer injustiça ou miséria reinasse na terra. É uma ideia maravilhosa! É? Talvez ela seja mais terrível do que se imagina. Os terríveis heróis Existe um velho ditado: “Para quem sabe ler, um pingo é letra”. E, usando esse ditado, afirmo que muitos já entenderam do que estamos falando. Esse tipo de herói já passou aos montes pela terra. Já os desejamos no passado e eles ouviram nossas preces. Hoje, muitas nações os desejam, e eles continuam surgindo. Para os que ainda, compreensivelmente, não captaram a mensagem, vou contar uma pequena história real de nossa sociedade. Há muitos anos, num reino muito distante, o grande número de habitantes passava por uma época de tristeza, onde outros reinos invadiam e tentavam controlar tudo e todos. As pessoas estavam empobrecendo e guerras sempre batiam à porta. Esse povo indefeso precisava de um herói. O herói surgiu, se ergueu dentre as massas e, com um enorme exército, obteve poder para expulsar os maus e dar alegria ao seu povo. Suas palavras eram valorosas. Ele queria que o reino voltasse a prosperar e todas as pessoas tivessem uma boa vida. Com seu enorme exército ele marchou pelo reino e matou milhões de pessoas, subiu ao poder e fez de suas palavras a lei regente. Não aceitava oposição e não permitia que ninguém saísse da linha. O saldo final do reinado desse herói foi de aproximadamente 70 milhões de pessoas mortas e uma miséria soberana numa China que perdera sua cultura e tradição para valores particulares de um só homem: Mao-Tse Tung. Humanos, sempre humanos Não importa se as intenções são boas, se os corações são bons e se a vontade de fazer o bem e a justiça são predominantes. Nada disso importa, pois, quando um único ser humano obtém o poder de controle absoluto sobre os outros, para transformar a humanidade em seu modelo ideal de sociedade, ele vai cometer injustiças e irá causar mais tristeza. Irá criar mais monstros. A razão disso é muito simples: nenhum humano está livre dos erros e dos defeitos. Todos nós erramos. E o que é pior: somos cheios de defeitos. Esses defeitos são muito naturais e inofensivos até que tenhamos o poder de transformá-los em catástrofes. Dar poder absoluto a um ser humano cheio de defeitos é o mesmo que dar uma metralhadora a um assassino com raiva de tudo e de todos. Somos animais, nascemos assim. O egoísmo, a raiva, o medo e a violência estão incrustados em nossos genes como uma fórmula essencial para nossa sobrevivência. Precisamos deles, principalmente do medo. Um ser humano que possui um poder tão grande sobre todos os outros, perderá boa parte de seu medo primordial e libertará, em grande escala, o egoísmo, a raiva e a violência, que se tornarão armas para impor seu ponto de vista. Ah, os pontos de vista… Chegamos então ao cerne da questão. Anatomia dos tiranos Vou contar para vocês algo sobre heróis. Já publicaram até livros sobre eles. Inclusive tenho aqui, na minha frente, um livro citando vários desses heróis. Só que nessa publicação eles ganham outro nome. O título é “Os Ditadores Mais Perversos da História”. Esse livro é de autoria de Shelley Klein e foi publicado no Brasil pela editora Planeta. Em seu conteúdo, conhecemos a biografia de vários “heróis” que chegaram para salvar suas nações. Temos aqui Herodes, Gêngis Khan, Chaka Zulu, Stalin, Hitler, Mao-Tsé Tung, Papa Doc, Pinochet, Sadam Hussein e vários outros. O mundo possui pilhas e mais pilhas deles. Mas o pior de tudo vem agora: uma grande parte desses tiranos cruéis não eram homens maus, pelo contrário, o objetivo deles era transformar o mundo num lugar melhor e mais justo para se viver. E foi exatamente por isso que se tornaram opressores e cruéis. Achavam que sua ideia de mundo perfeito era a ideal e não deixariam ninguém atrapalhar ou se opor a elas, classificando os opositores de inimigos e maus e, assim, matando pessoas e destruindo nações inteiras por isso. Surge então uma pergunta: Ao invés de diminuído, não seria o medo ampliado, ao ponto da neurose, nessas pessoas com poder absoluto? O herói que nunca virá Mas por que somos assim? Eu não conseguiria responder essa pergunta, porém, podemos analisar algumas interpretações. Muito de nosso natural se perdeu nas regras e condicionamentos. Nietzsche afirmava que nossa sociedade está em decadência e que o fator primordial se encontra, dentre outros, no cristianismo. De acordo com o filósofo, o cristianismo do passado moldou toda uma vivência de fraqueza e sacrifício, a qual estamos hoje mergulhados. Sacrificamos nossa liberdade, nosso orgulho, nossa confiança no espírito e principalmente a confiança em nós mesmos. A moral afoga qualquer tentativa do natural de se expor. É o nojo e muitas vezes o ódio pelo sexo, pelos prazeres mundanos, pela alegria mundana. Prazer e alegria somente em um deus. É o desprezo pelo próprio homem e sua natureza. Vivemos hoje regidos pela moral que gera covardes, que viram a face para o outro tapa, de automutiladores, do nojo ao nosso próprio corpo como carne, como pecado. Se Nietzsche interpretou corretamente, estamos nos tornando fracos. E aí está mais um motivo pela necessidade de heróis, pela aceitação desses heróis. Todos os cristãos acreditam que Jesus voltará a terra. E ele voltou. Está lá em Brasília, o tal do Inri Cristo. Tem cabelos compridos, barba e até se veste como o Jesus de 2000 anos atrás. Mas todos o chamam de louco e mentiroso. Por quê? Porque ele não pode fazer milagres, não pode andar sobre a água e não ressuscita os mortos. E aí se encontra outra fraqueza: Acreditamos em milagres divinos e somente através deles aceitaremos o novo messias, o que facilmente nos convida a crer que ele nunca chegará. E, se chegar, será chamado de louco. Então por que os cristãos continuam esperando, pregando, se sacrificando? Há muito que deixamos os deuses em segundo lugar. Hoje, adora-se nada menos do que as religiões: católicos acreditam em santos; evangélicos os abominam; muçulmanos acreditam que o messias foi Maomé; e judeus nem sequer acreditam que algum messias já desceu à terra. E ao mesmo tempo em que bilhões disputam crenças e dogmas criados pelo próprio homem, essas próprias religiões consideram o homem somente um pecador. Não se pode crer e confiar em si mesmo. É necessária a intervenção de um heróipara nos salvar. E a criatura questionar o poder de seu criador de criar, vira uma grande crise existencial. É por isso que definitivamente criamos deuses, heróis e messias. Na maioria das vezes, esses heróis são projetados como humanos com qualidades superiores as que somos condicionados a ter hoje. Contraditório? Confuso? Para evitar mais mortes e guerras por causa de tantas contradições e diferentes pontos de vista, tivemos que criar um analgésico global. Alguns gostam de azul e odeiam o roxo. Outros gostam do roxo e acham que o azul faz mal para os olhos. Se um desses recebesse poder absoluto, iria fazer com que sua cor predileta dominasse o mundo, causando náusea e ódio nos que odeiam aquela cor. Mas se cada um pudesse usar a cor que quisesse, o sentimento de que determinada cor devesse ser a única permitida, ficaria adormecido no conforto de poder viver com a cor que quiser. Essa comparação grotesca resume o porquê da maioria dos países viverem numa democracia. Contudo, muitos numa democracia com religiões e ideologias dominantes, ensinadas nas escolas e pregadas nos tribunais. É o instituto da fraqueza e do erro humano em sua mais gritante expressão. Os bons heróis “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” — Abraham Lincoln. Mas será que somos tão corruptíveis? Será que ninguém seria capaz de reinar com sabedoria e justiça sem deixar que seus pontos de vista causem tragédias? Seres humanos são animais que vivem em bando. Devemos focar em um líder, mas esse líder deve viver em função do coletivo e submetido ao coletivo. Se o líder ameaça de qualquer forma a evolução, deve ser destituído. Não pode ter poder de fazer suas ideias e pontos de vista se tornarem lei. A liderança política nada mais é do que um emprego, onde o patrão é o próprio povo, que demitirá seu empregado caso ele não trabalhe direito. Um herói deixará de ser bom se obtiver poder absoluto. Talvez tenha chegado a hora de sermos todos heróis. Mas heróis que dependem uns dos outros, heróis que lutam para que os fracos e oprimidos também se ergam como heróis. São esses os bons heróis que devemos desejar. Como os cavaleiros que erguiam suas espadas e iam lutar por sua pátria contra os invasores, contra os tiranos. Os heróis que salvam as donzelas dos dragões, os que arriscam a vida para salvar a vida dos outros, os que têm força e coragem para questionar, os que dedicam a vida a ajudar, a salvar, a dar vida, os que se tornam símbolos de coragem e força para que queiramos nos elevar como homens superiores. Como seres humanos. Como heróis. #Filosofia #Mitologia #Política #Primeiratemporada

  • Mais um fim

    Prepare-se: o fim dos tempos está próximo. Ou não. Uma visão histórica de como o homem, através de suas crenças, sempre pregou o fim do mundo. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio Dezembro de 2012 É desencadeada uma guerra nuclear. Os países do oriente e do ocidente atingiram seu ápice nos desacordos culturais, religiosos e econômicos. Bombas e máquinas de guerra explodem e circulam em todas as regiões do planeta. Pela terra, pelo ar e pelos oceanos. Ao mesmo tempo, fenômenos naturais devastadores varrem cidades inteiras. Uma tempestade solar elimina grande parte da vida terrestre e o primeiro dia do ano de 2014 amanhece tranquilo e silencioso, sem o canto dos pássaros, sem o barulho das máquinas e sem qualquer som de voz humana. Você acredita em profecias? Civilização Maia Com uma história de aproximadamente 3.000 anos, a civilização Maia se destacou por seu grande conhecimento astronômico. Com esse conhecimento, os maias criaram um dos mais avançados calendários da antiguidade, cujo qual auxiliou no plantio e na previsão de vários acontecimentos celestiais. Mas os maias não sobreviveram aos seus próprios conflitos e guerras internas. Isso se tornou um grande fator para seu desaparecimento, fazendo com que, quando os conquistadores espanhóis chegaram, encontraram um império já em decadência, sem a capacidade de oferecer a menor resistência. O Calendário Maia Mesmo tendo desaparecido há vários séculos, os maias ainda são aclamados e discutidos entre diversos os grupos não-científicos nos dias de hoje. Se você realizar uma simples busca pela internet, notará que haverá muito mais resultados que apontam para sites esotéricos e místicos do que para sites sérios, focados na história. Essa fama no meio não-científico, está ligada aos mistérios que ainda rondam a cultura do povo e seus rituais. Mas o principal motivo está no calendário maia. Os maias, na verdade, possuíam vários calendários. Um deles, o calendário de conta longa, usava unidades de tempo gradativas, parecido com nossos dias que viram mês, meses que viram anos e assim por diante, numa crescente formação de unidades. Contudo, nosso calendário pode ser usado eternamente, enquanto que o calendário de conta longa dos maias dura aproximadamente 5.200 anos, sendo seu último dia a data maia de 13.0.0.0.0. E que data é essa? O calendário maia é usado entre os esotéricos como amuletos, previsões sobre a vida, mensagens místicas e outras crendices. Mas o que mais está chamando a atenção recentemente é o fato de alguns pesquisadores concluíram que a data final do calendário maia significa, em nosso calendário, a data 21/12/2012. As profecias Com a precisa data de 21 de dezembro de 2012, os mistérios começam a rondar a cabeça de várias pessoas. Se os maias conseguiram prever vários fenômenos em seu calendário, e dizem que previram até a chegada dos espanhóis, teriam eles, então, previsto o fim dos tempos? Dentre os vários escritos proféticos maias, somente um deles menciona essa data. Trata-se de uma profecia em que afirmam que nesse dia virá à Terra o deus da guerra e da criação. Contudo, outro texto maia escrito depois da invasão espanhola, prevê a chegada de vários seres mitológicos como “o vomitador de sangue”. Tudo isso não passaria de mitologia antiga se não fosse por algo que veio a encher as cabeças dos místicos: o fato de que alguns outros oráculos da antiguidade, que viveram em diferentes culturas isoladas, também previram para o ano de 2012 catástrofes e tragédias sem precedentes. Dentre estes estão o Oráculo de Delfos, na Grécia, e Sibila, em Roma. Sibila vivia numa caverna e era procurada por todos os políticos romanos para tratar assuntos militares, econômicos e pessoais. Ela ficou famosa por ter previsto o nascimento de Jesus e, recentemente, por ter previsto o fim dos tempos em 2012, numa profecia onde afirma que guerras, fogo caindo do céu e outras tragédias levarão os homens da Terra. Estudiosos da bíblia também calcularam as que as previsões feitas pelo profeta Daniel se referem à uma data próxima da de 2012. E como se não bastasse diversas profecias de diversas culturas apontando para um mesmo fim em uma mesma data, surgiu uma teoria de que o I Ching, o mais antigo livro chinês, possui um padrão que também traz o ano de 2012. As profecias que se referem ao ano de 2012 estão presentes também em várias outras cultuas de várias épocas, numa interminável lista. Então o fim está próximo? O mundo de hoje O mundo em que vivemos hoje está repleto de violência, preconceito, intolerância e crimes. Vemos países se afogarem em corrupção, ditaduras e revoltas. A divisão cultural e religiosa do oriente e do ocidente se mostra cada vez mais perigosa. Países se armam com bombas nucleares e ameaçam o resto do mundo. Sacerdotes de certas religiões pregam o fim dos fiéis de outras religiões, enquanto disputas por pedaços de terra e imposição cultural arrasam os inocentes com mísseis e atentados terroristas. A natureza também mostra seu poderio arrasando cidades com tsunamis, terremotos e furacões, e revida as ações humanas com seca, o aquecimento global e o degelo polar. Com um ambiente assim, com ou sem profecia, podemos dizer que nosso futuro está fadado à catástrofe. A lado científico Mas as coisas não são bem assim. Estudiosos mais sérios chegaram a conclusão de que a cultura maia, na verdade, tinha uma noção de tempo diferente, divida em ciclos. O fato do calendário terminar nada mais é do que o fim de um ciclo e não há nenhuma menção sobre ser este o último ciclo. Além disso, o ano maia de 13.0.0.0.0 não possui qualquer consenso entre historiadores e pesquisadores de que se trata do ano gregoriano de 2012. As outras profecias, como a romana, a grega e até mesmo a bíblica, também não possuem qualquer referência direta ao ano de 2012. A conclusão desse ano é baseada somente em teorias e especulações, provavelmente influenciadas pelas já constantes menções a tal data. Olhando para mundo de hoje, podemos facilmente embasar essas teorias. No entanto, as coisas não funcionam assim. Para falarmos do presente e ousarmos falar do futuro, é importantíssimo olharmos para o passado. Guerras, violência e tragédias sempre nos acompanharam pela história, e, militarmente falando, hoje só estamos mais bem armados e multiplicados, mas as guerras da antiguidade eram relativamente muito piores, bem como suas consequências. Também não podemos esquecer dos fenômenos climáticos que já cobriram o planeta com gelo, e elevaram os mares. E, por mais que os humanos estejam supostamente acelerando a já natural mudança climática, as consequências dessa aceleração já são vistas há muito tempo. Todos esses fatores históricos e naturais podem ser interpretados de diversas formas. Qualquer pessoa pode fazer qualquer profecia aleatória certeira, desde que se contenha no lugar comum de toda profecia: a abertura. Inúmeros oráculos e profetas já passaram pela terra. Muitos deles são venerados até hoje e as pessoas acreditam fielmente nos seus acertos. A razão disso está nas diversas interpretações que uma profecia pode ter, pois fora criada de forma quase que abstrata, deixando enormes aberturas que podem gerar milhares de interpretações, dependendo da época e dos acontecimentos contemporâneos de quem a interpreta. Raramente nos deparamos com uma profecia direta. Todas elas estão repletas de simbolismo e ambiguidades, o que torna sua abrangência atemporal. Os vários fins do mundo “O fim dos tempos está próximo. Arrependei-vos.” Essa frase é dita há muito tempo. A verdade é que o fim do mundo está próximo desde milhares de anos atrás, e nunca chegou. Os cristãos nos primeiros séculos, acharam que viveriam para ver o fim do mundo. E várias outras culturas também já compraram seus ingressos atoa, morrendo naturalmente com eles nas mãos. Lembram de Nostradamus e o ano de 2001? E as previsões codificadas na bíblia para o ano de 2004? Ainda vivemos. #História #Mitologia #Primeiratemporada #Religião

  • Deutschland – A história da Alemanha

    Dois mil anos da história de um país repleto de guerras, mas também de maravilhas e virtudes. A Alemanha desde os primórdios. Episódio da antiga temporada Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio No ano de 800 a.C., tribos germânicas começaram a migrar para os territórios celtas, seguindo até os rios Oder e Reno. Não tardou para que Roma se sentisse ameaçada e enviasse um exército, liderado por Públio Quintílio, para combater os germânicos. O exército romano adentrou a Floresta de Teutoburgo e, ali, foi emboscada pelo exército germâncio, liderado pelo chefe germano, Armínio. Três legiões romanas foram dizimadas e a batalha vencida pelos germânicos. Essa derrota empurrou Roma para além do Reno, fazendo com que esse rio se tornasse a fronteira do Império Romano. Temendo novos ataques, Roma construiu uma linha defensiva de 550 quilômetros, que ia do Reno até o Danúbio. Mas Roma já estava fadada a cair: os germânicos deixaram boa parte da Europa nitidamente separada dos romanos e sua cultura. No século IV d.C, a queda do Império Romano era iminente. E no ano de 751, Pepino assumiu o título de rei dos francos, que era um dos povos germâncos. Os francos, com apoio da Igreja Católica, combateram e dominaram outros povos germâncos, principalmente os saxões, que eram considerados pagãos e foram convertidos à força, tendo, também suas terras anexadas ao reino franco. Com o passar tempo, o então rei Carlos Magno, numa longa campanha, estendeu o império carolíngio, anexando os territórios de todos os povos germânicos, inclusive os saxões e os bárbaros, criando, assim, o Sacro Império Romano-Germânico. Os anos seguintes à criação do primeiro Reich são marcado por disputas internas e religiosas. Até que, no século XI, começam as cruzadas. Além dos Templários, surgiram outras ordens religiosas de cavalaria, como a temida Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Esses cruzados germânicos invadiram, dominaram e converteram à força muitos povos e territórios. Eram militarmente bem treinados, empunhavam grandes espadas e armaduras ágeis e eram de grande estatura, o que impunha medo em seus inimigos. A expansão germânica em direção ao oriente fez com que camponeses alemães, bem como a Ordem Teutônica, colonizassem territórios habitados pelos eslavos ao leste do Oder Enquanto isso, o então rei germânico Frederico Barbarossa, invadia e dominava a região da Itália e começava sua estratégia para manter seu poder. A partir do ano de 1184, o poder dos senhores feudais foi reduzido através da nomeação de funcionários imperiais. Em 1226, a Ordem Teutônica conquistou e evangelizou partes da Prússia, cuja população foi dizimada pelos cavaleiros. Mas a partir de 1300, o Império começou a perder território em todas as suas fronteiras. E no ano de 1410 os cavaleiros teutônicos foram enfrentados por um enorme exército polaco-lituano. Os cavaleiros teutônicos foram derrotados, iniciando seu declínio. E servindo de contraste, a essa altura, Pedro Álvares Cabral ainda nem tinha nascido. No século XIV, a Peste Negra dizimou a Alemanha e a Europa. Após esses conturbados anos de peste, a sociedade européia moderna surgiu, resultado de mudanças econômicas, religiosas e políticas. Um sistema proto-capitalista evoluiu aos poucos a partir do feudalismo. No início do século XVI Era crescente o descontentamento na Alemanha com os abusos na Igreja Católica. E o cenário de revolta crescia gradativamente. E então, em 1517, um monge chamado Martim Luthero, se rebelou contra as injustiças e abusos católicos e pregou no portão da igreja do castelo em Wittenberg, um manuscrito contendo 95 teses, para mostrar ao povo as injustiças da igreja católica. Era iniciada a reforma protestante. Em 1521, Lutero foi declarado fora-da-lei. Mas a Reforma se espalhou rapidamente, e contava com o apoio de monarcas. Escondido no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, lançando as bases da moderna língua alemã e, fornecendo assim, acesso popular aos ensinamentos da bíblia, que antes eram somente em latim e lidos e interpretados pelos próprios sacerdotes católicos. Vários reinos e regiões por interesse político ou não, aderiram ao protestantismo. E temendo sua queda, em 1545, a igreja católica inicia a Contra-reforma, para combater o protestantismo e se reafirmar como a fé suprema. Poucos anos depois, as diferenças entre os católicos e protestantes geraram disputas e batalhas, que culminaram da Guerra dos Trinta anos, que envolveu boa parte da Europa e destruiu grandes áreas da Alemanha, eliminando quase 1/3 de sua população. A guerra terminou em 1648. Um sistema absolutista de governo foi adotado, e, em 1701, Frederico de Brandemburgo foi coroado “Rei da Prússia”, que se tornava um estado alemão centralizado e poderoso. Mas com o passar dos anos, iniciou-se a Revolução Francesa e várias batalhas foram travadas. As batalhas, à essa altura, já contavam com armas de fogo e não mais só espadas. As armaduras se tornaram obsoletas. A França declarou guerra contra a Austria, mas numa frustrante desorganização, foi invadida pelos prussianos, que logo se retiraram da França e fizeram um tratado de paz. Mas, pouco depois, Napoleão Bonaparte recomeçou a guerra com o Sacro Império Romano-Germânico e, em 1803, ele aboliu quase todos os territórios imperiais. Novos estados foram estabelecidos e a Prússia ganhou um territótio no noroeste. Assim, em 6 de agosto de 1806, o Sacro Império Romano-Germânico foi dissolvido. Mas em 1815, Napoleão foi definitivamente derrotado em Waterloo por forças do Reino Unido e da Prússia. Estabeleceu-se, em seguida, uma união entre a Prússia e a maior parte dos demais estados alemães. E em 1862, o Príncipe Bismarck foi indicado como chanceler da Prússia. Quatro anos depois, após conflitos e problemas externos diversos, iniciou-se a guerra Austro-Prussiana. Os austríacos foram derrotados. Surgiu, então, a Confederação da Alemanha do Norte, sob a liderança da Prússia. A Áustria foi excluída e permaneceu fora dos assuntos alemães. O chanceler prussiano Bismarck, após controvérsias com a França, provocou a Guerra Franco-Prussiana, e tropas prussianas e sul-alemãs invadiram a França em 1870. O Imperador Napoleão III foi feito prisioneiro e o Segundo Império francês desmoronou. A França foi obrigada a ceder algumas regiões e a confederação da alemanha do norte, se transformava em um segundo reich. Era criado o Império Alemão. O Rei Wilhelm I da Prússia foi proclamado Kaiser, Imperador da Alemanha. As políticas internas do chanceler Bismarck, , se baseavam na sua luta contra os supostos inimigos do estado protestante da Prússia. Na chamada Kulturkampf (“luta cultural”), ele buscou limitar a influência da Igreja Católica e do seu tentáculo político. O Kaiser Wilhelm I insistia com Bismarck que o Império Alemão deveria se tornar uma potência mundial através da aquisição de colônias alemãs, mas, por ser cauteloso quanto à segurança do império, ele aguardou uma situação internacional propícia e, só então, estabeleceu algumas colônias na África. Em 1888 o Kaiser Wilhelm I morreu, e seu filho, Frederico III, foi coroado, mas reinou por apenas 99 dias, até a sua morte. Subiu ao trono, então, o jovem e ambicioso Guilherme II, que se mostrou muito divergente com as políticas de Bismarck, não aceitando sua influência, o que fez com que Bismarck renunciasse ao título de Chanceler. E logo após a renúncia, a política externa alemã sofreu uma inflexão. A partir daí, conflitos comerciais e ações imperialistas cultivaram um terreno de tensão na Europa. E quando um herdeiro do trono austríaco foi assassinado, uma série de eventos seguidos culminou na primeira Guerra Mundial. Os motivos da guerra, apesar de serem apontados como originados no assassinato, são muito mais complexos e incertos. A guerra foi sangrenta, e dessa vez, e evolução armamentista já disponibilizava metralhadoras, aviões biplanos e navios de aço com canhões. No decorrer dessa primeira grande guerra, alguns casos curiosos e impressionantes aconteceram. Um deles, já citado aqui no Escriba Cafe, foi a trégua de natal, onde num campo de batalha, soldados alemães, ingleses e franceses, que trocavam tiros e bombas entre si, foram surpreendidos na noite de natal, quando os alemães, em sua trincheira, colocaram árvores e velas à mostra para os inimigos. Começaram a cantar “Noite Feliz” e logo foram acompanhados pelos ingleses e franceses, cada qual em seu idioma. Os alemães levantaram placas com dizeres de feliz natal e, pouco depois, todos saíram de suas trincheiras e confraternizaram com bebidas, troca de presentes e uma missa conjunta. No dia seguinte, novamente se confraternizaram e até jogaram uma partida de futebol. A batalha estava resumida ali, pois não conseguiram mais guerrear entre si, e logo os generais tiveram que trocar seus soldados daquele front para continuar a batalha. Nessa mesma época, um soldado alemão de nome Hans Leip, que estava prester a ir para o front Russo, escreveu uma poema intitulado Lili Marlen. O nome desse poema era uma mistura do nome de sua namorada e o nome da namorada de um outro soldado que lutava ao seu lado. Mas a beleza desse poema foi esquecida em 28 de junho de 1919, quando, depois de perder a guerra, a Alemanha foi obrigada a assinar o tratado de Versalhes, onde cedia boa parte de seu território, limitaria seu exército a números mínimos e pagaria compensações financeiras para seus adversários. Os humilhantes termos do tratado, somados à derrota, causaram indignação entre o povo alemão. E, em sua história, os povos germânicos sempre se reergueram das derrotas com uma força surpreendente. Assim, seguindo em frente para fechar a ferida da humilhação, em 1922 é adotado um poema escrito 80 anos antes, como o hino alemão, que levantava a moral de seu povo. O hino possui três estrofes, sendo a primeira a mais forte, que em português significa: Alemanha, Alemanha acima de tudo, acima de tudo no mundo, quando sempre, na defesa e proteção, se mostra unida como irmãos. Do Maas ao Memel, Do Etsch ao Pequeno Belt, Alemanha, Alemanha, acima de tudo, acima de tudo no mundo! E parece que o hino se fez ouvir. No mesmo ano, a Alemanha deixou de pagar a indenização de guerra, o que causou conflitos externos. A situação sócio-econômica não estava boa, e os conflitos políticos cresciam cada vez mais. O povo estava insatisfeito e, depois de várias manobras legais e ilegais, subiu ao poder aquele que dizia que iria reerguer a Alemanha de uma vez por todas. O partido nazista, liderado por Adolf Hitler, logo começou a rearmar a Alemanha, perseguiu comunistas, ciganos e judeus e começou sua expansão, a qual intitulou de Terceiro Reich. Em pouco tempo, retomou algumas regiões que a Alemanha havia perdido e, em 12 de março de 1938, tropas alemãs invadem a Áustria. Hitler é recebido com calorosos aplausos do povo autríaco em Viena. Quatro semanas depois, 99% dos austríacos votam a favor da anexação da Áustria à Alemanha. Em seguida, Hitler volta-se para a Tchecoslováquia, a invade e também a anexa ao território Alemão. Até então, os outros países somente protestavam contra essas ações. Até que, em 1939, Hitler, junto com a União Soviética, invade a Polônia. A segunda guerra mundial se tornou o conflito que mais causou vítimas na história. Militares civis e judeus perseguidos implacavelmente somam milhões e mais milhões de mortes nos cruéis e terríveis anos de guerra. De um lado da batalha estão Alemanha, Itália e Japão e do outro grã-bretanha, frança e, posteriormente, Estados Unidos, União soviética e outros. As batalhas aconteciam na Europa na Ásia e na África. E foi justamente na África que os soldados alemães ouviram pela primeira vez, na rádio da caserna, a versão musicada, recentemente criada, daquele poema que aquele soldado chamado Hans Leip escreveu na primeira guerra mundial. As tropas alemãs da Africa, conheciam então, na segunda guerra mundial, a música que seria a mais cantada pelos soldados durante toda a guerra: a música Lili Marleen Não demorou muito para que a música se espalhasse por todos os campos de batalha e os soldados alemães a adotaram como um hino não oficial deles mesmos. Mas o mais interessante é que, em certa ocasião, os soldados britânicos ouviram a música e gostaram tanto que, também as tropas britânicas, passaram a tocar e sempre cantar a música. Um oficial inglês não gostou muito de ver seus soldados cantando em alemão e logo traduziu a música, e ela passou a ser cantada em inglês. Não demorou muito, a música começou a ser traduzida e gravada em diversos outros idiomas, sendo sempre adotada pelos soldados de todos os exércitos. Em português o poema diz: Em frente ao quartel Diante do portão Havia um poste com um lampião E se ele ainda estiver lá Lá desejamos nos reencontrar Queremos junto ao lampião ficar Como outrora, Lili Marlene. Nossas duas sombras Pareciam uma só Tinhamos tanto amor Que todos logo percebiam E toda a gente ficava a contemplar Quando estávamos junto ao lampião Como outrora, Lili Marlene. Gritou o sentinela Que soaram o toque de recolher Um atraso pode te custar três dias Companheiro, já estou indo E então dissemos adeus Como gostaria de ir contigo Contigo, Lili Marlene O lampião conhece teus passos Teu lindo caminhar Todas as noites ele queima Mas há tempos se esqueceu de mim E, caso algo ruim me aconteça Quem vai estar junto ao lampião Contigo, Lili Marlene? Do tranquilo céu, Das profundezas da terra Me surge como em sonho Teu rosto amado Envolto na névoa da noite Será que voltarei para nosso lampião Como outrora, Lili Marlene. Em 1945 termina a segunda guerra com a derrota da Alemanha e do Japão. A Alemanha estava completamente em ruínas, e seus territórios foram dividos entre os Estados unidos e a União Soviética. O lado ocidental, pertencente aos EUA, tornou-se mais atrativo, uma vez que a Alemanha Oriental vivia em regime comunista, e assim, como em todo regime comunista, os habitantes começaram a emigrar, até que, em 1961, um muro foi erguido, separando os dois lados e, dessa forma, as pessoas não poderiam mais cruzar a fronteira. Muitos tentaram fugir ilegalmente da Alemanha Oriental e foram mortos, feridos ou presos. Os dois estados alemães mativeram uma relação fria e tensa, até que, timidamente, em prol da unidade alemã, criaram alguns laços. E foi em 1989 que as duas Alemanhas surpreenderam o mundo quando derrubaram o muro. Milhares e mais milhares de alemães estavam presentes, comemorando e ajudando a derrubar o concreto. A Alemanha voltava a ser um só país, o lado ocidental distribuiu verbas para o lado oriental se equalizar como um todo. E novamente, completamente reerguida, a Alemanha exerce um papel de liderança na Europa. O povo alemão é o maior responsável por todas as conquistas de seu país. Suas origens guerreiras, deixaram uma forte virtude batalhadora em seu povo, que, por mais derrubado que o país esteja, eles lutam com todo afinco para se elevar, assim como Fênix que nasce das cinzas. #Europa #Guerra #História #Primeiratemporada

  • Conde de Cagliostro

    Conheça a fantástica história desse enigmático personagem que rondou a Europa no Séc. XVIII Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. BIBLIOGRAFIA MCCALMAN, I. O Último Alquimista: Conde Cagliostro, Mestre da Magia. 1.ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2004 LATHROPE, G. Count Cagliostro: An Excursion Into Eighteenth Century Charlatanism. 1.ed. New York: Bull NY Acad Med, 1937 #História #Mistério #Primeiratemporada

  • Trilogia do Império Romano

    Ouça a história de Roma Antiga através dessa premiada trilogia do Escriba Cafe. O podcast sobre Roma foi originalmente divido em três partes, que se distribuíram pelos episódios 56, 57 e 58. Aqui você pode ouvir cada episódio em seu respectivo player abaixo. Esses episódios fazem parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente por aqui, no player do post. BIBLIOGRAFIA SUETÓNIO. A Vida dos doze Césares. 1.ed. São Paulo: Martin Claret, 2006 MAGNOLI, D. História das Guerras. 3.ed. São Paulo: Contexto, 2006 BLAINEY, G. Uma breve história do mundo. 2.ed. São Paulo: Fundamento, 2008 THC. Construindo um Império: ROMA. 1.ed. São Paulo: Log ON, n/a GIBBON, E. Declínio e Queda do Império Romano. 1.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005 VARIOUS. Queda do Império Romano. Disponível em: < http://www.historiadomundo.com.br/romana/queda-do-imperio-romano >. Acesso em: 03/12/2008 #Antiguidade #Guerra #História #Primeiratemporada

  • Espaço, a fronteira final

    Mergulhe num mundo complexo e cheio de mistérios. A busca por respostas que geram mais perguntas, e as perguntas que geram teorias. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. PATRONOS TakeNET — Líder nacional de distribuição de conteúdo multimídia para celulares Via6 -Rede social para empresas e profissionais e troca de conteúdo BIBLIOGRAFIA GREEN, B. The Elegant Universe. Disponível em: < http://www.pbs.org/wgbh/nova/elegant/ >. Acesso em: 02/08/2008 #Ciência #História #Primeiratemporada

  • O mistério de Kaspar Hauser

    Quem foi Kaspar Hauser? Conheça a fascinante história cheia de mistérios e intrigas que chamou a atenção de toda Europa. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. #Primeiratemporada

  • O Legado Grego

    A mitologia, a história, a política e os costumes. Um pouco sobre a cultura que chegou até nós. Esse episódio faz parte dos fantásticos podcasts mais antigos do Escriba Cafe que, por questões de direitos autorais, não estão disponíveis para download nem pelo feed, Spotify, etc, (nem mesmo pelo player fixo no site) sendo possível ouví-los somente pelo player no respectivo post. TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO (As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los) Ler a transcrição completa do episódio No princípio havia somente o Caos. Caos era o deus da confusão e da desordem. E além dele, nada mais havia. Até que surgiram Érebo e Nix, os deuses da escuridão e da noite. E surgiu também Gaia, a deusa mãe, a deusa terra e, junto com ela, surgiu Tártaro, que era um deus que personificava o escuro abismo que ficava abaixo de Gaia. Surge, então, o Amor, deus essencial para toda a criação. Ele cria a ordem e embebe os outros com amor. E esse deus une Érebo e Nix, que copulam e geram Éter, a luz celestial, e Dia, a luz terrena. De Gaia, nasce Urano, o deus céu. Ele desposa Gaia e a envolve completamente. Juntos eles geram os Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros. O Titã Cronos, inciou uma revolta contra seu Pai, Urano, depois que o mesmo prendeu os ciclopes e Hecatônquiros no Tártaro. E assim, vencida a batalha, Cronos destrona seu pai e é elegido pelos outros titãs como o Rei dos Deuses. Cronos voltou a prender os ciclopes e hecatônquiros no tártaro. Ele fora advertido por uma profecia que, da mesma forma que destronou seu pai, um de seus filhos iria destroná-lo. Cronos, então, passou a devorar todos seus filhos que nasciam de sua esposa, Réia. Cronos engoliu Hera, Deméter, Héstia, Hades e Poseidon. Mas quando o último filho nasceu, Réia o escondeu, cansada de ver seus filhos recém nascidos serem devorados pelo pai. Ela, então, deu uma pedra à Cronos, fingindo ser o filho recém nascido. O filho preservado cresceu ocultamente e, quando já estava aldulto, decidiu por destronar seu pai, assim como a profecia dizia. Esse filho era Zeus. Zeus contou com a ajuda da titânida Métis, deusa da prudência, que enganou Cronos e lhe deu uma poção que o fez vomitar todos os irmãos engolidos de Zeus, que se aliaram a ele em sua batalha, junto com os ciclopes e hecatônquiros, que foram libertados pela liga de Zeus. Com esses poderosos aliados, começa, então, a Titanomaquia, a famosa Guerra de Titãs. Do lado de Zeus, estavam seus irmãos, seus tios ciclopes e hecatônquiros, Métis, Estige, seus filhos e Prometeu, o filho de Jápeto. Equanto, por outro lado, Cronos contava com a ajuda de outros titãs. Após 10 anos de batalhas, Zeus vence a guerra e expulsa Cronos e seus Titãs do céu. Com a vitória, Zeus se tornou o soberano dos deuses, e, do Monte Olimpo, governava todo o universo. Essa é o Gênese da mitologia grega. As inúmeras estórias, lendas e personagens que compõe essa mitologia, influenciaram e, até hoje, influenciam a humanidade. E esse fato nos faz retroceder nossos pensamentos à Grécia Antiga, o berço de quase todos nossos costumes, culturas e da sociedade ocidental. 323 a.C. Morre Alexandre, o Grande. Sua morte é o marco para o início do declínio da Grécia antiga. Após sua morte, seus generais disputaram o trono e nenhum conseguiu reunir todo o império sob seu domínio, o que causou sua divisão. Em 168 a.C. A macedônia é conquistada pelos romanos e, pouco depois, toda as regiões Grécia antiga. Os Romanos dominaram os gregos militarmente, mas a cultura grega dominou os romanos, e os estados que vieram depois de Roma e assim por diante, até os dias de hoje. Mas que cultura é essa que sobreviveu até hoje, que dominou mesmo aqueles que dominaram os estados gregos? O legado grego nada mais é do que o início de tudo que somos hoje. Conceitos como cidadania e democracia vieram dos gregos. Atenas era a mais avançada cidade grega, e ali a educação era primordial, onde, até nos meios mais pobres, se encontravam homens alfabetizados. As ciência, a filosofia, as formas e estruturas das cidades, a política, os costumes, a arte e muitas outras criações gregas sobreviveram ao tempo e moldaram o mundo ocidental. E porque não a religião grega? Muitos aspectos dela podem ser encontrados nitidamente em várias outras religiões dos dias de hoje. Os deuses gregos tinham, em geral, comportamentos e pensamentos humanos, e também os defeitos, como inveja, ódio, injustiça, ambição e traição. Por isso surge a necessidade de um deus que seja deus dos deuses. Mas na Grécia antiga, mesmo esse deus supremo, não era tão perfeito. Com esses aspectos, os deuses se tornavam mais próximos de seus súditos que, por sua vez, compreendiam melhor seus deuses e sabiam lidar com eles. Os deuses gregos também se relacionavam fisicamente com os humanos e geravam filhos, chamados de semi-deuses. Esses semi-deuses constituem boa parte da mitologia grega. Suas histórias heróicas marcaram o mundo. Uma das lendas que reúne boa parte desses personagens é a viagem dos Argonautas. Na praia de Pégasas, 50 heróis se apresentaram dianto do barco construído por Argos, o mestre carpinteiro. Eles estavam ali porque Jasão, ao se tornar adulto, foi reclamar de seu tio o trono de sua pátria na Tressália. Contudo, seu tio disse que só lhe passaria o trono se ele trouxesse o Tosão de Ouro. O tosão era uma lã dourada retirada de um carneiro divino e que há muito tempo estava com o Rei Aetes, na longíqua terra de Cólquis. Jasão aceitou o desafio e ordenou que bravos guerreiros fossem convidados a participar da jornada. Ouvindo falar da audaciosa façanha que estava para acontecer, esses 50 heróis, querendo eternizar seus nomes, se voluntariaram para a missão. Dentre esses heróis, estavam Hércules e seu discípulo Hilas, Peleu, o pai de Aquiles, Orfeu e outros. Todos subiram a bordo da nau, que recebeu o nome de seu construtor: Argos. E os heróis que ali embarcaram, ficaram conhecidos como Argonautas. As velas foram içadas e iniciou-se a épica jornada. A Nau Argos seguiu em direção ao Mar Negro. E passou por várias aventuras e perigos. Atracaram numa ilha onde só havia mulheres, e então engravidaram-nas para nascerem homens; enfrentaram monstros e perigosas rochas movediças. Hércules e Polifemo abandonaram a jornada para procurar Hilas que fora afogado pelas ninfas em Mísia e, depois de muitas outras dificultades, os demais Argonautas chegaram até o seu destino, onde conseguiram pegar o Tosão de Ouro com ajuda de Medéia, a filha do Rei Aetes, que traiu seu pai para ajudar Jasão, e fugiu com ele tornando-se sua esposa. As aventuras dos argonautas abrange longas e detalhadas passagens que acabam por se bifurcar em várias outras lendas da mitologia. Essas histórias foram contadas por Apolonio de Rodes, na obra “Argonáutica”, dividida em 4 livros. Além de Apolônio, outros poetas também transcreveram as passagens. E assim se eternizou a fantástica lenda dos argonautas. Será que existiu uma jornada verdadeira por trás dessa lenda, assim como acontece com várias lendas nas mais diversas partes do mundo? Algo interessante, também, é como os nomes e significados de personagens, deuses e lugares da mitologia grega estão amplamente infiltrados no nosso cotidiano de hoje e, muitas vezes, nem percebemos. A droga morfina, por exemplo, recebeu esse nome em alusão ao deus Morfeu, que era o deus dos sonhos. Outro exemplo é a Hipnose, com que vem de Hipnos, o deus do sono. Podemos citar também Afrodisíaco, relativo às Afrodite, a deusa da beleza e do amor. São várias palavras e denominações da mitologia grega que usamos hoje. Há também expressões e ditados que remontam lendas das mitologia, como a expressão “Toque de Midas”. Midas foi um personagem da mitologia que tinha o poder de transformar tudo o que tocava em ouro. Há também “flechadas de amor” que provém do mesmo deus que vem a palavra “Erotismo”. Erotismo vem de Eros, que era o deus do amor, filho de Afrodite, e que conhecemos hoje pelo nome romano Cupido. Mas o legado grego vai mais além. Uma das principais heranças gregas foi os moldes primordiais de nossa política e sociedade: a democracia. Quando Atenas fundou sua nova forma de governo, instituiu como base a igualdade de todos os cidadãos. Todos tinham igualdade perante a lei, e o direito à se pronunciar na assembléia, ou seja: direito à palavra. O objetivo era a participação de todos os cidadãos nos assuntos políticos. A democracia ateniense, apesar de compor a base para nossa democracia moderna, possuía muitos aspectos diferentes da nossa. Um exemplo disso era como os governantes eram eleitos. Não se usava votos e sim sorteios. E não era somente um governante, eram sorteados, ao todo, 500 cidadãos distribuídos pelas diversas comunidades e regiões para governar por aproximadamente 35 dias, até que novo sorteio era feito. Além disso, constantemente se relizavam Eclesias. Eclesias eram assembléias gerais onde todos os cidadãos eram convocados para debater questões públicas. A noção de um governo dirigido diretamente pelo povo, era tão importante para os atenienses, que o cidadão que não participasse das questões políticas era criticado e chamado de idiota. Outro fator da democracia grega era a definição de cidadão. Eram considerados cidadãos os maiores de 18 anos, que haviam prestado serviço militar e não devessem nada ao estado. Estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos. A obrigatoriedade do serviço militar parece ter chegado também a nossa democracia de hoje. Bônus — Trecho da viagem dos argonautas que foi cortado do podcast Os heróis fizeram sua primeira parada de recomposição na ilha de Lemnos, onde só existiam mulheres. Isso se deve ao fato de que a deusa Afrodite, furiosa com as mulheres dessa ilha por se negarem a cultuá-la, castigou-as com um fedor insuportável, o que fez com que seus maridos fosse procurar favores sexuais das escravas da região de Trácia. As fétidas esposas, com ódio dos maridos, os assassinaram, fazendo com que só restasse mulheres na ilha. Com a chegada dos argonautas, a história mudou, eles engravidaram todas as mulheres de Lemnos e partiram no dia seguinte. Continuando a viagem e depois de várias outras paradas, chegaram em Mísia para passar a noite. Lá, Hilas, o jovem discípulo de Hércules, saiu em busca de água fresca, e ao encontrar uma fonte, da água saíram belas ninfas que o seduziram e o arrastaram para a água até ele afogar. Ao perceber que o discípulo não retornava, Hércules, junto com o herói Polifemo, saíram em busca de Hilas. Ao amanhecer, Hércules se recusava a parar as buscas junto com Polifemo, e então a nau Argo partiu com três tripulantes a menos. Depois de enfrentarem vários perigos e batalhas, os argonautas chegaram ao seu destino. #História #Mitologia #Primeiratemporada

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